Com cinco medalhas conquistadas no Mundial de ginástica artística, na Antuérpia, Rebeca Andrade retornou ao Brasil na segunda-feira com dois objetivos: aproveitar as merecidas glórias após uma exibição de gala na Bélgica e já se preparar para o Pan-Americano, que acontece a partir do dia 20, em Santiago, no Chile. Apesar de chegar com o título de campeã mundial ao país, a tendência é que a ginasta mantenha seu foco nos próximos dias, para chegar em sua melhor forma para a competição. Ela viaja já nesta semana para a disputa do Pan.

Nesta terça-feira, a atleta tem dia de folga. Ela foi recebida com festa por um grupo de crianças das divisões de base do Flamengo na chegada ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, clube onde treina uma vez por semana e recebe o auxílio financeiro. A ginasta tem vínculo com o clube rubro-negro desde 2011, quando ainda tinha apenas 12 anos. Hoje, com 24 anos, ela tem contrato até o final de 2024.

A relação com o Flamengo faz com que Rebeca tenha o acompanhamento dos profissionais do clube, como fisioterapeutas, nutricionistas, entre outros, nas competições que disputa. Nos campeonatos nacionais, a ginasta defende as cores do clube. Natural de Guarulhos, em São Paulo, a atleta transformou o Rio em sua casa. Além de utilizar as dependências do Flamengo semanalmente, usa o Centro de Treinamento Time Brasil, do Comitê Olímpico do Brasil (COB), na Barra da Tijuca. Ele abriga o CT de Ginástica Artística, na Arena da Barra.

Rebeca viaja nesta semana à Santiago, no Chile, onde defende o Brasil nos Jogos Pan-Americanos. Além de ter uma folga em seus treinamentos nesta terça-feira, ela irá manter um trabalho regenerativo, para readaptar seu físico após o Mundial na Antuérpia e o seu fuso horário – a Bélgica está cinco horas à frente do Brasil. A ginasta viaja para o vizinho sul-americano já nesta semana, enquanto os jogos se iniciam no dia 20.

Apesar de ter o apoio de diversos profissionais ao longo de sua carreira, um nome se destaca dentre os demais: Francisco Porath Neto, o Chico, é o técnico de Rebeca desde 2006, quando ainda tinha apenas sete anos. É ele quem determina a rotina de treinamentos da atleta e acompanha toda a sua preparação em competições mundiais e olímpicas. Chico é treinador da seleção brasileira de ginástica artística e, até 2016, era treinador do Flamengo.

“Ela está mais firme nas competições mais importantes. Vem conseguindo fazer a execução de uma forma muito tranquila. Na verdade, compete com ela mesma, sem contar com a nota de uma ou de outra adversária. Ela conta com a nota dela mesma. Já faz três anos que ela é campeã mundial: 2021, 2022 e 2023. Isso diz muito sobre a competência e a regularidade da Rebeca”, afirmou Chico durante o Mundial.

FÉRIAS E JOGOS OLÍMPICOS

Em sua chegada ao Brasil, Rebeca brincou que após, os Jogos Pan-Americanos, precisa tirar um período de férias e de descanso, antes de voltar a se concentrar na preparação para a Olimpíada de Paris-2024. Em Tóquio, em 2021, conquistou a medalha de ouro no salto e prata no individual geral. Na ocasião, se tornou a primeira mulher do esporte brasileiro a voltar de uma edição de Jogos Olímpicos com mais de uma medalha.

No Mundial da Antuérpia, teve o melhor desempenho de sua carreira e de uma atleta brasileira em uma competição deste porte. As medalhas de ouro no salto, de prata por equipe, individual geral e solo e de bronze na trave vieram após um importante acompanhamento psicológico, que a atleta destacou após as conquistas na Bélgica. “Estava muito concentrada para fazer a minha parte e consegui fazer, com foco total. Estou muito feliz e orgulhosa. Esta é uma medalha muito importante, porque é o meu melhor aparelho”, disse, após conquistar a medalha de ouro no salto.

Independentemente do resultado em Santiago, Rebeca deve ter um período de recuperação física em novembro, no Brasil. No meio do ano, defenderá suas conquistas no cenário olímpico.