A pesquisa Quaest, divulgada neste domingo, 15, mostrou que a violência, miséria e corrupção estão entre as maiores preocupações classe média brasileira. Atualmente, 50,1% dos brasileiros estão nas classes C,B e A — ou seja, metade da população está ao menos no patamar médio de padrão de vida, algo que não ocorria desde 2015.
O levantamento, feito a pedido do jornal “O Globo”, apontou que para 14% dos entrevistados que estão na classe média a violência/criminalidades é a maior preocupação, seguida por fome e miséria (10%), corrupção (13) e drogas (7%).
Já entre a classe baixa os números foram: violência (16%); fome (12%); corrupção (10%) e drogas (9%). Esses temas também preocupam a classe alta, com 15%, 9%, 16% e 6%, respectivamente.
Maiores sonhos
Outro recorte mostrou que os maiores sonhos entre a classe baixa são: saúde (17%); casa própria (13%) e ter comida na mesa todos os dias (9%). Eles também aparecem para a classe média, com 17%, 10% e 6%, respectivamente.
No entanto, um ícone do imaginário tradicional da classe média, o diploma universitário, deixou de ser tão importantes.
A pesquisa ainda mostrou que a nova classe média deseja saúde e educação providos pelo Estado e é contra a privatização de estatais como a Petrobras e o Banco do Brasil. Além disso, mais da metade dos entrevistados nutre um certo sentimento de nostalgia por acreditar que o Brasil era melhor “no tempo dos nossos avós”.
Cenário econômico
Outro recorte do levantamento apontou que a classe média está pessimista com o cenário econômico. Para 41% dos entrevistados, a economia piorou nos últimos 12 meses.
Entre os mais pobres, classes D/E com renda domiciliar de até R$ 3.400, esse percentual é menor: 37%. Isso ocorreu em um momento de maior expansão do PIB (Produto Interno Bruto) e de desemprego no menor patamar em 12 anos.
A pesquisa também mostrou que apenas 23% das pessoas de classe média não têm dívidas.
O levantamento foi feito com dados colhidos em 2024 a partir de 2 mil entrevistas. A margem de erro geral é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.