Uma pintura barroca roubada de um colecionador judeu dos Países Baixos pelo regime nazista foi encontrada na Argentina, após ter sido identificada na semana passada em um anúncio imobiliário, informou o Ministério Público do país sul-americano ao expor a obra nesta quarta-feira (3).
O promotor Daniel Adler explicou a jornalistas em Mar del Plata, a 400 km de Buenos Aires, que o advogado da herdeira do líder nazista Friedrich Kadgien “veio trazer a obra”, que havia desaparecido durante a Segunda Guerra Mundial.
“Retrato de uma dama”, do italiano Giuseppe Ghislandi (1655-1743), desaparecida há 80 anos, foi descoberta pelo jornal holandês AD na página de uma imobiliária que mostrava o interior de uma casa com o quadro pendurado sobre um sofá verde.
Embora a autenticidade da pintura não esteja comprovada, a descoberta levou a uma investigação da Polícia Federal argentina e da Interpol sobre os herdeiros de Kadgien, conhecido em sua época como o “mago das finanças’ das SS, a força paramilitar do regime nazista durante a Segunda Guerra. Ele morreu na Argentina em 1978.
A obra está “em bom estado de conservação pelos anos que possui, já que é de 1710. Cerca de 50.000 dólares [R$ 272 mil, na cotação atual] pode ser o seu valor”, disse aos repórteres o perito e professor de arte Ariel Bassano, que trabalhou com a Justiça, segundo o jornal local La Capital Mar del Plata.
A filha de Kadgien, Patricia, cumpre desde terça-feira uma prisão domiciliar de 72 horas junto com seu marido, depois de várias buscas nas quais as autoridades não encontraram a pintura.
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