Uma obra nunca antes vista do pintor francês Claude Monet (1914-1926) será posta à venda. Segundo um comunicado divulgado pela casa de leilões Christie’s, a pintura vai a leilão no próximo dia 9 de novembro, em Nova York – e a previsão é que o lance vencedor ultrapasse os R$ 328 milhões (US$ 65 milhões).

Com dois metros de largura, a obra Lago de Nenúfares (Le Bassin Aux Nymphéas) faz parte da série Nenúfares do artista, em que ele representava plantas aquáticas e belos reflexos de luz e água. Acredita-se que o quadro foi pintado na última fase de Monet; entre 1917 e 1919, aproximadamente.

A obra, que estava “impecavelmente preservada e escondida”, segundo a Christie’s, estava na coleção particular de uma família por mais de 50 anos. Lago de Nenúfares “captura o dinamismo e a beleza da transitoriedade da natureza, explorando a atmosfera efêmera, as flores sazonais, as profundezas das águas e os reflexos cintilantes da luz”, afirma o comunicado.

“Com Monet, aparentemente tudo já foi visto ou dito. Le Bassin Aux Nymphéas, que nunca foi exibido ou oferecido em leilão, é, no entanto, a coisa mais rara: uma obra-prima redescoberta”, escreveu Max Carter, vice-presidente de arte dos séculos 20 e 21 da Christie’s.

Giverny e Paris

A obra faz parte de uma série com 250 pinturas a óleo feitas por Monet ao longo de três décadas que retratam o jardim de flores da casa do pintor na cidade de Giverny, a 75 quilômetros de Paris. O espaço, aliás, está aberto ao turismo – e os visitantes podem conhecer os jardins que serviram de inspiração ao pintor entre os meses de abril e outubro.

Não se sabe se depois do leilão a obra ficará restrita a outra coleção particular, mas é possível ver um dos quadros da série Nenúfares no Musée l’Orangerie, em Paris. A obra, de 1899, ocupa uma sala inteira, e foi doada pelo próprio Monet ao governo da França em 1918.

Ao todo, são oito painéis de 2 metros de largura cada, que cobrem uma área de 200 metros quadrados. Os quadros foram dispostos em 1927, de acordo com a orientação de Monet, que não viu o espaço pronto – ele morreu alguns meses antes da finalização do espaço.