Um quadro de Vincent van Gogh roubado e depois devolvido a um detetive de arte holandês em uma sacola da loja Ikea foi exposto, nesta quarta-feira (7), pela primeira vez desde a sua recuperação, que ocupou as manchetes da imprensa local.

“O Jardim Paroquial de Nuenen”, de 1884, cujo valor é calculado em 3 a 6 milhões de euros (14,9 a 29,8 milhões de reais) foi apresentado à imprensa em um museu de Roterdã, com danos causados pelo roubo ainda visíveis.

A pintura tem uma “grave avaria” na parte de baixo, segundo a restauradora da obra, Marjan de Visser, que acredita que o dano pode ter sido causado por um choque contra algo muito duro.

“A avaria atravessa todas as camadas, o verniz, as camadas de pintura e a camada de base, que é branca”, explicou.

A restauradora está realizando uma investigação profunda sobre o quadro, examinando os materiais utilizados, as restaurações anteriores e a forma como foi pintado.

De Visser já limpou a sujeira que cobria a obra e começou a tirar parte do verniz, etapas preparatórias para a restauração em si.

A exposição desta quarta foi reservada à imprensa, mas o público poderá ver a pintura a partir de 29 de março no Museu de Groningen, no norte dos Países Baixos.

A obra foi levada em um ousado roubo no meio da noite, durante o confinamento em maio de 2020 devido à pandemia de covid-19, do Museu Laren, perto de Amsterdã, onde estava emprestado pelo Groningen.

Imagens da polícia holandesa divulgadas pouco depois do roubo mostravam um criminoso quebrando a porta de vidro do museu e fugindo com “O Jardim Paroquial de Nuenen”.

O quadro foi dado como desaparecido por três anos, mas reapareceu de forma curiosa: alguém o entregou a Arthur Brand, um detetive apelidado de “Indiana Jones do mundo da arte” por já ter encontrado várias obras desaparecidas.

O homem, cuja identidade não foi revelada, entregou a pintura a Brand em uma sacola azul da Ikea, protegido por plástico-bolha e uma capa de travesseiro.

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