Seis meses depois da passagem do furacão Maria, que devastou Porto Rico, uma nova história em quadrinhos, para a qual contribuíram conhecidas figuras, como o cantor Rubén Blades, combina os superpoderes de La Borinqueña, o Batman e a Mulher Maravilha para reconstruir a ilha.

“Ricanstruction: Reminiscing & rebuilding Puerto Rico”, uma antologia de 200 páginas com a qual 130 artistas e celebridades colaboraram, será lançada durante o salão Porto Rico Comic Con em maoo, disse à AFP o criador de La Borinqueña e coordenador deste livro, Edgardo Miranda-Rodríguez.

“São todos contos tradicionais de super-heróis. Mas em nenhum há vilões lutando. Estão ajudando as pessoas na ilha, trazendo comida, água, resgatando os animais”, explicou o artista de 47 anos, que recebeu a permissão da DC Comics para utilizar todos os seus personagens gratuitamente.

Na capa aparece La Borinqueña, uma super-heroína afro-latina criada por Miranda-Rodríguez, junto com a Mulher Maravilha, levantando entre ambas a bandeira de Porto Rico.

“Estão dançando com a bandeira porto-riquenha sobre El Yunque”, o bosque tropical do nordeste da ilha, disse rindo o autor da história.

Cem porcento das vendas será destinado à compra de provisões e torres de energia solar para muitos dos cerca de 400.000 porto-riquenhos que estão sem luz desde 20 de setembro, quando o furacão María atingiu a ilha e destruiu 80% de seus cultivos.

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Em uma das históricas escritas por Miranda-Rodríguez, La Borinqueña e a Mulher Maravilha se unem para salvar os poucos animais que restaram de uma espécie em extinção e que sobreviveram ao furacão.

Depois dos furacões Irma e Maria, que atringiram a ilha em duas semanas, Miranda-Rodríguez suspendeu seu trabalho em um segundo volume de La Borinqueña para organizar a venda de cartazes de vários artistas internacionais inspirados em sua heroína, que arrecadaram milhares de dólares.

Através da organização El Puente de Brooklyn, que já distribuiu milhares de lanternas na ilha, 100% das vendas será destinado à compra de provisões e mais lanternas de energia sola para muitos dos cerca de 400.000 porto-riquenhos que não têm luz desde 20 de setembro, quando o furacão María atingiu a ilha e destruiu 80% de seus cultivos.

A ilha ficou, além da eletricidade, sem água potável e incomunicável com o restante do mundo. Milhares de famílias tiveram que se instalar em abrigos. Mais de 160.000 partiram em êxodo para os Estados Unidos continental, número que pode chegar a meio milhão de pessoas em 2019.

Em seis meses só se conseguiu restabelecer 70% da totalidade do sistema elétrico.

O governo americano enfrenta duras críticas pela demora em fornecer ajuda a Porto Rico após os furacões, que deixaram centenas de mortos segundo dados não oficiais.

Porto Rico, ex-colônia espanhola, foi invadida pelos Estados Unidos em 1898 e se tornou território americano. Embora seus habitantes sejam americanos desde então, eles não podem votar para presidente, a não ser que morem nos Estados Unidos continental.

Cerca de cinco milhões de porto-riquenhos vivem nos Estados Unidos, e apenas 3,4 milhões na ilha.


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