ONDE ESTARÁ? O STF à procura do soldadinho do passo certo, aquele que tem sempre razão (Crédito:ANDRESSA ANHOLETE)

Curioso um dos trechos da votação no STF sobre se a segunda denúncia da PGR contra Michel Temer seria ou não remetida à Câmara. Lá pelas tantas, Gilmar Mendes questiona se é o caso de o Supremo enviar ao Congresso uma denúncia “inepta”. Diz: “Nós temos que ter responsabilidade, principalmente em relação ao cargo e a essa instituição. Isso precisa ser analisado para não parecer uma lavagem de mãos”. A presidente Cármen Lúcia (foto) não gostou e, cansada deste tipo de conduta, o interrompe e dá um “puxão de orelha”. Sentenciou: “Ministro, a compreensão de mundo e a interpretação do Direito é isso, é plural, e apenas para não deixar que a fala de Vossa Excelência seja interpretada como se fosse, que eu sei que não é, pois conheço seus compromissos, uma admoestação contra outras compreensões”.

Bacamarte

Durante seu voto, Gilmar Mendes comparou o ex-PGR Rodrigo Janot com o médico Simão Bacamarte, personagem do livro “O Alienista”, de Machado de Assis. Proclamou: “Não há dúvidas de que o ex-PGR não fez nenhuma investigação. Ele que vivia de dedo em riste como o Simão Bacamarte, deveria pedir a sua própria prisão provisória”.

Hamlet

Rodrigo Janot também recorreu à literatura ao se despedir do cargo em carta enviada aos procuradores. Sua primeira frase: “Há algo de podre no Reino da Dinamarca”, uma das frases célebres em Hamlet. Segundo conhecedores de Shakespeare, a Dinamarca apodrecia com a corrupção moral e política. Poderia ser o Brasil.

O time de Moro

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Luiz Henrique Kliszcz

Discreto fora do ambiente de trabalho, o juiz Sergio Moro foi visto na Arena da Baixada vibrando com a vitória do Atlético-PR por 3 a 1 diante do Fluminense. É a primeira vez que o juiz foi flagrado em um estádio de futebol. Ele estava acompanhado do filho, que vestia uma camiseta do clube. Comemorou os três gols. O time do coração de Moro é o São Paulo. O juiz não é sócio do Atlético paranaense.

Rápidas

* A reforma política aprovada na Câmara fez muito pouco para reduzir partidos. A manutenção das  coligações vai salvar muitos nanicos. A cláusula de desempenho, se estivesse em vigor nas eleições anteriores para a Câmara, só teria acabado com quatro das atuais bancadas: PHS, PEN, PRP e PSL.

* A cúpula do Congresso vai colocar Armando Monteiro (PTB-PE) e Vicente Cândido (PT-SP) para acertar os ponteiros. São relatores da reforma política e precisam garantir a aprovação do substitutivo que destina 50% das verbas de emendas de bancada para financiar as eleições.

* Está correndo uma aberração no Ministério do Trabalho. Trata-se da regulamentação da contratação de menores aprendizes por empresas de setores diversos. Até a tarde de quinta-feira 21, vigorava na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) a obrigatoriedade de contar com menores aprendizes no segmento “profissionais do sexo”. Ou seja, uma forma indireta de oficializar a prostituição infantil.

Retrato Falado

“Eles transformaram todas as contribuições eleitorais em propina e suborno” (Crédito:Igo Estrela/Folhapress)

Em conversas informais, os integrantes da CPI da JBS chegaram à conclusão de que o inferno só está começando para o empresário Joesley Batista. No acordo de delação premiada que fez com a PGR, ele acusou cerca de 1.800 políticos. Agora, quando seu acordo de delação está em risco, ele ficará sujeito a responder a milhares de processos. O relator da CPI, Carlos Marun (foto), comunicou aos demais integrantes que vai pedir a quebra dos sigilos bancário, telefônico e telemático dos procuradores Marcello Miller e Ângelo Vilela.

Da boca para fora

Os presidentes latinos americanos, entre os quais o presidente Michel Temer, que jantaram (18/9) com o presidente americano, ficaram cansados com o presidente Donald Trump. O encontro girou em torno da Venezuela e todos defenderam a necessidade de diálogo, enquanto Trump falou grosso. Foi assim a cada prato, na sobremesa, no cafezinho e para a imprensa. Mas seus colegas concluíram que o discurso não passa de ‘factóide’, pois os Estados Unidos poderiam, se quisessem, jogar pesado com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Os americanos poderiam adotar uma sanção econômica, como fazem com outras nações, e suspender a compra do petróleo venezuelano.

Toma lá dá cá


Vicente Cândido, relator da reforma na Câmara

Por que os grandes partidos defendem o fim das coligações e depois aprovam o adiamento de sua adoção?
Os presidentes dos 10 maiores partidos decidiram fazer uma concessão para as minorias. Se dependesse dos deputados, a regra já valeria para 2018. Mas o Senado fez um acordo para acabar com as coligações em 2020.

Sem financiamento empresarial e público, os candidatos ficarão nas mãos da Justiça Eleitoral?
Isso não vai ocorrer. Nós vamos aprovar o financiamento público. As eleições serão pagas com o uso de percentual das verbas das emendas de bancada e das destinadas às Fundações de Estudos dos partidos, mais a renúncia fiscal destinada às rádios e TVs, com o fim da propaganda obrigatória.

Nos Estados Unidos o financiamento é empresarial. Na Europa é público. Porque no Brasil há resistência contra os dois modelos.  Como superar isso?
Aqui está tudo demonizado e criminalizado. Vamos ter que aguardar alguns anos. As empresas estão incluindo em seus estatutos que seus diretores serão proibidos de contribuir. Não querem ficar sujeitas ao Ministério Público.

PMDB é Doria

Líderes do DEM jantaram com João Doria (foto) na quinta-feira e acenaram que o prefeito de São Paulo pode ser o candidato do partido a presidente. No início da semana, um mensageiro do PMDB avisou que o prefeito deverá ser o candidato peemedebista na corrida presidencial. O caminho de Doria ao Planalto começa a ser pavimentado.

Divulgação

Porta dos fundos

Um dos beneficiados pelos atos 87 e 88 de dezembro de 1984, o chamado “trem da alegria” do Senado, é agora um líder sindical no Congresso. Ele é o atual presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo (Sindlegis), Petrus Elesbão Lima da Silva. Ele recebe um salário de R$ 26 mil.

Meio a meio

Documentos apreendidos na casa de Eduardo Cunha, na operação Catilinária, mostram loteamento de cargos nos Governos Lula e Dilma. Um dos documentos mostra, na coluna Governo Lula, “1/2 da diretoria de abastecimento”. Isso confirma que o PMDB passou a dar apoio a Paulo Roberto Costa e a dividir as propinas da diretoria com o PP.

 



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