O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fará uma visita oficial à Índia em dezembro, informou o Kremlin nesta sexta-feira (29), em um sinal de aproximação entre os dois países, um dia após Washington elevar as tarifas cobradas de Nova Délhi por comprar petróleo russo.
Putin se reunirá com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, em uma cúpula regional na China na segunda-feira, informou o assessor de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov, em uma coletiva de imprensa com vários meios de comunicação – incluindo a AFP -, acrescentando que ambos os líderes abordarão “os preparativos da visita de dezembro”.
O presidente americano, Donald Trump, impôs tarifas aos produtos indianos como punição pela compra significativa de petróleo russo por parte de Nova Délhi, no âmbito de uma campanha para pressionar Moscou a encerrar sua ofensiva na Ucrânia.
As receitas energéticas são uma fonte essencial de financiamento para o orçamento estatal de Moscou.
A Rússia também é um dos principais fornecedores de armas da Índia, e os laços estreitos entre os dois países remontam à era soviética.
Os aliados ocidentais da Ucrânia buscam cortar as receitas de exportação russas desde que Moscou lançou sua ofensiva militar na Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Mas a Rússia conseguiu redirecionar suas vendas de energia da Europa para países como Índia e China, garantindo o fluxo bilionário de fundos.
Nova Délhi argumentou ter importado petróleo “da Rússia porque os suprimentos tradicionais foram desviados para a Europa após o início do conflito”.
Putin reduziu significativamente suas viagens ao exterior em meio à ofensiva na Ucrânia, pela qual se tornou alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI).
A Índia não integra o Estatuto de Roma, que estabeleceu o TPI e, portanto, não é obrigada a prender o presidente russo.
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