MOSCOU, 27 NOV (ANSA) – O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta quinta-feira (27) que a Rússia irá declarar o cessar-fogo quando as tropas de Kiev se retirarem da região de Donbass, no leste da Ucrânia. Caso contrário, Moscou continuará com a ofensiva militar para atingir seus objetivos.
A promessa do chefe de Estado russo, citado pela agência Interfax, ocorre em meio à nova rodada de negociações mediada pelos Estados Unidos para pôr fim na guerra no leste europeu, prestes a completar quatro anos em fevereiro.
Na próxima semana, Putin deverá receber o enviado especial de Washington, Steve Witkoff, na tentativa de fechar um acordo entre os dois países beligerantes ainda este ano.
Hoje, o mandatário de Moscou reiterou que as propostas dos EUA para a Ucrânia poderiam ser “uma base para futuros acordos de paz”.
Na última terça (25), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, garantiu estar pronto para “avançar” nas negociações de paz, enquanto seu homólogo americano, Donald Trump, falou em “progressos”, porém engavetou o prazo que havia sido fixado por ele mesmo para Kiev aceitar um acordo até 27 de novembro.
Já o Kremlin mostrou cautela quanto à proposta. “Alguns aspectos [do plano de Trump] podem ser considerados de forma positiva, mas muitos outros exigem uma discussão séria”, declarou Yuri Ushakov, conselheiro diplomático de Putin, à imprensa.
O plano apresentado inicialmente pela Casa Branca continha 28 pontos, incluindo a cessão de toda a Bacia do Don (Donbass) para a Rússia e a redução das Forças Armadas ucranianas para 600 mil efetivos, bem como uma anistia para os dois países, porém delegações de Washington e Kiev deixaram a proposta mais enxuta, com apenas 19 itens.
O objetivo é fazer com que os temas mais sensíveis sejam discutidos diretamente entre Trump e Zelensky, que podem se encontrar nos próximos dias. (ANSA).