O presidente da Rússia, Vladimir Putin, sinalizou, nesta sexta-feira, 18, que não pretende comparecer à cúpula do G20, segundo informações do UOL. O evento acontece em novembro, no Brasil, e reúne os líderes dos países membros.

A ausência do russo se daria em razão da denúncia do Tribunal Penal Internacional (TPI), que o indiciou por crimes na Ucrânia. Pelas regras da corte, a presença de Putin no Brasil, que é membro do Tratado de Roma, obriga o país a prender o líder e entregá-lo para Haia.

Durante a coletiva de imprensa, Putin retomou as críticas sobre o Tribunal e disse que não planeja vir ao Rio de Janeiro, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá conduzir a cúpula. “Somos adultos. Vamos encontrar alguém que possa representar os interesses russos no Brasil”, declarou.

Ao falar do TPI, o presidente russo afirmou que a corte não possui relevância universal, uma vez que não é reconhecida por países como Estados Unidos, China ou a própria Rússia. Além disso, ressaltou que a entidade não seria independente, se referindo ao pedido de um dos procuradores da corte para avaliar a prisão do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

“O governo americano ameaçou o tribunal e eles ficaram em silêncio. […] Não é universal e não é independente”, falou Vladimir Putin sobre o Tribunal Penal Internacional.

+ Zelensky critica posicionamento do Brasil sobre guerra na Ucrânia: ‘Apoiam a Rússia’

Denúncias do TPI

O Tribunal solicitou a prisão de Putin após investigações concluírem a presença de crimes ocorridos durante a invasão da Ucrânia, especialmente em relação à deportação de crianças. O pedido, contudo, foi encarado pelos diplomatas internacionais como um “ato político”.

O líder não pode ser preso dentro da Rússia, já que o país não reconhece a jurisdição do TPI. O Brasil e outros países membros, porém, têm a responsabilidade de executar a prisão de Putin – o que pode ser uma ação desastrosa para a estabilidade internacional, de acordo com diplomatas brasileiros.

Existem formas de contornar o mandato de prisão da Corte, desde que os dois governos assinem um acordo intergovernamental. “Temos ótimas relações com o Brasil e estáveis. Podemos assinar um acordo assim e ninguém ficaria numa situação ruim”, reiterou Vladimir Putin.