O presidente russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, estão no Cazaquistão nesta quarta-feira (3) para participar de uma cúpula regional, na qual buscam fortalecer as alianças contra o Ocidente e aumentar a sua influência na Ásia Central.

Vladimir Putin pousou de manhã no aeroporto de Astana, capital da principal economia da Ásia Central, onde acontece na quinta-feira a cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCS), e Xi Jinping chegou no dia anterior.

Os membros permanentes da OCS são Cazaquistão, Índia, China, Quirguistão, Paquistão, Rússia, Tadjiquistão, Uzbequistão e, desde o ano passado, o Irã. No total, representam metade da população mundial.

A adesão de Belarus, o primeiro aliado da Rússia na guerra na Ucrânia, será anunciada no final da cúpula, na quinta-feira.

A organização pretende ser uma plataforma de cooperação com organizações ocidentais que deverão contribuir para a ascensão de um mundo “multipolar”, termo frequentemente usado pelos líderes russos e chineses.

No entanto, há inúmeras divergências entre seus membros.

Embora Rússia e China desejem formar uma frente comum contra o Ocidente, são rivais históricos pela influência na Ásia Central, uma região rica em hidrocarbonetos e fundamental para o transporte de mercadorias entre a Europa e a Ásia.

– Influência na Ásia Central –

Putin e Xi se reunirão nesta quarta-feira como parte dos encontros bilaterais previstos à margem da cúpula. Esta reunião acontece um mês e meio depois da viagem do presidente russo à China, em meados de maio, onde foi buscar mais apoio na sua guerra na Ucrânia.

Segundo o Kremlin, Putin também se reunirá com o seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, que várias vezes propôs a sua mediação para pôr fim ao conflito na Ucrânia.

Rússia, China e Turquia buscam frequentemente expandir a sua influência na Ásia Central.

Os cinco países da região – Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão – são antigas repúblicas soviéticas e compartilham laços históricos culturais, linguísticos e econômicos com a Rússia.

Desde que a Rússia iniciou a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, Moscou tem tentado manter a sua influência nestes países, desafiado pelo crescente investimento econômico da China na região.

A Ásia Central é um elo essencial na iniciativa chinesa das Novas Rotas da Seda, um gigantesco projeto de infraestruturas que começou há dez anos promovido por Xi Jinping.

O presidente chinês celebrou a “aliança estratégica eterna” entre Pequim e Astana, informou um veículo estatal cazaque na terça-feira.

Mas os países ocidentais pretendem competir nesta região, para onde viajaram recentemente vários líderes europeus.