MOSCOU, 13 DEZ (ANSA) – O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que precisou trabalhar como taxista após o fim da União Soviética, em 1991, para conseguir complementar sua renda.
“Foi uma desintegração da ‘Rússia histórica’ sob o nome de União Soviética e, às vezes, eu precisava ganhar um dinheiro extra, como um motorista privado. É ruim falar, para ser honesto, mas infelizmente foi assim”, disse o mandatário em um especial veiculado pela emissora Rossiya 1 na noite deste domingo (12).
À época, ele trabalhava para os serviços secretos do então governo.
O documentário “Rússia. História Contemporânea” lembra os 30 anos da queda da URSS e Putin foi um dos convidados para falar sobre esse período. Durante suas falas, o presidente ainda criticou os países ocidentais que, para ele, queriam “desintegrar” a nação e disse que a situação teria sido ainda mais grave se ocorresse ali o que aconteceu na Iugoslávia.
“É possível dizer, com absoluta certeza, que teria sido muito mais feio para nós se tivéssemos lutado não por um aumento nos nascimentos, mas pela sobrevivência. O trágico exemplo da Iugoslávia teria acontecido conosco, as consequências para a Rússia, dado o temperamento do povo russo e dos povos que vivem no território russo, o nosso conflito teria sido muito mais grave e mais sangrento do que na Iugoslávia”, acrescentou.
Para Putin, usando como base o que viu durante o período que atuou como diretor do Serviço Federal de Segurança, “havia certas forças no Ocidente que buscavam simplesmente derrubar a Federação russa”. “Eles apoiavam diretamente os separatistas, os militantes e os terroristas que faziam de tudo para minar a Rússia”, pontuou.
As falas do presidente russo sobre a “unidade” do passado ocorrem em um momento em que há um temor crescente de que Moscou invada a Ucrânia, já que há semanas há registros de aumento de tropas militares do país na fronteira entre as duas nações.
Putin alegou que não pretende invadir o país vizinho, mas que está apenas “garantindo a segurança” de seu território. No entanto, as nações ocidentais ameaçam com “graves consequências” caso haja um conflito bélico regional. (ANSA).