O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira (22) que interveio pessoalmente no final de agosto para permitir a saída do opositor Alexei Navalni para a Alemanha para que fosse tratado após ter sido envenenado.
“Assim que a esposa deste cidadão se dirigiu a mim, imediatamente ordenei ao procurador verificar se era possível que saísse do país para receber tratamento”, disse Putin por videoconferência durante um fórum de debate em Moscou.
Segundo Putin, Navalni, de 44 anos, poderia não ter sido autorizado a deixar o país, devido a “restrições relacionadas com assuntos judiciais” em curso contra ele na Rússia.
“Imediatamente, pedi ao procurador-geral para autorizar (essa saída). E ele partiu”, acrescentou o presidente russo.
No fim de agosto, o principal opositor de Putin teve um sério mal-estar durante um voo para a Sibéria. Depois de dois dias hospitalizado, foi liberado para receber tratamento de urgência na Alemanha, pressionado por seus familiares.
Segundo três laboratórios europeus, cujas conclusões foram confirmadas pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (OIAC), Navalni foi envenenado com um agente neurotóxico do grupo Novichock, uma substância criada por especialistas soviéticos com fins militares.
O opositor, que ainda se recupera na Alemanha, acusou diretamente Putin de estar por trás do envenenamento, o que Moscou refuta, considerando esta acusação como “inaceitável”.
O caso deixou ainda mais tensas as relações entre a Rússia e o Ocidente. Na semana passada, a União Europeia sancionou seis altos funcionários russos relacionados, segundo Bruxelas, ao caso.