O presidente russo, Vladimir Putin, acusou, nesta segunda-feira (30), a Ucrânia e os serviços especiais ocidentais de terem fomentado o ataque da véspera contra um aeroporto na república russa do Daguestão, invadido por manifestantes que supostamente buscavam passageiros israelenses.

“Os acontecimentos de ontem à noite em Makhachkala foram instigados também pelas redes sociais a partir da Ucrânia, entre outros, por agentes dos serviços especiais ocidentais”, disse Putin em declarações transmitidas pela televisão.

Os ucranianos, “sob a direção de seus chefes ocidentais, tentam provocar pogroms na Rússia”, denunciou.

O dirigente apontou, entre outros, o papel dos Estados Unidos, adversário da Rússia, e o apoio incondicional de Kiev no conflito, desencadeado após a ofensiva de Moscou na Ucrânia, em fevereiro 2022.

“Sem êxitos no campo de batalha, os [Estados Unidos] desejam nos dividir, no que diz respeito à Rússia, do interior, para nos fragilizar e semear a confusão”, acrescentou.

A polícia da república russa do Daguestão, de maioria muçulmana, deteve 83 pessoas desde o domingo e emitiu “mais de 50 ordens de revista”, informou em nota publicada nesta segunda-feira.

Putin exigiu uma resposta firme dos serviços de segurança para “proteger a ordem constitucional russa”.

O presidente russo também aproveitou para mencionar a situação em Israel e acusou os Estados Unidos de ser responsável pelo “caos mortal” que reina no Oriente Médio, três semanas depois do início da guerra entre Israel e o movimento islamista Hamas, que já deixou milhares de mortos.

“Os principais beneficiários da instabilidade mundial são as atuais elites governantes dos Estados Unidos e seus satélites”, afirmou.

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