COMISSÃO Provável destino de Eduardo Bolsonaro é a
presidência da Comissão de
Relações Exteriores (Crédito:Fátima Meira/Futura Press)

Apontado no início como provável líder da bancada do PSL na Câmara, o deputado Eduardo Bolsonaro (RJ) está sendo convencido a se recolher. Alguns aliados têm aconselhado que liderar a bancada, sendo filho do presidente, pode acabar gerando um desgaste desnecessário. Sua condição já lhe dará uma liderança na prática que não precisa ser reforçada com o cargo. Além disso, outro nome no posto permitiria dar destaque a mais um parlamentar da bancada. Assim, o mais provável é que Eduardo fique com o cargo de vice-líder. E o acumule com a presidência da Comissão de Relações Exteriores. Desde a campanha, ele já vem se destacando nas conversas com líderes extrangeiros. Perguntando sobre isso na terça-feira 1, dia da posse, o filho do presidente desconversou: “Quem sabe?”

Mais nomes

Se Eduardo Bolsonaro de fato se recolher da disputa, quatro nomes brigam pela liderança do PSL. O delegado Waldir (GO), atual vice-líder do partido na Câmara, e o coronel Chrisóstomo (PSL-RO) são apontados, neste momento, como os nomes com maiores chances. Felício Laterça quer entrar na briga. E Joice Hasselmann corre por fora.

Arestas

As arestas e as caneladas internas, no entanto, viraram o ano com o PSL. Comenta-se, agora, nova treta entre Joice Hasselmann e Felipe Francischini (PR), filho do ex-deputado Fernando Francischini. O presidente do partido, Luciano Bivar, atua como bombeiro para evitar que a disputa atice a fogueira de vaidades dentro da bancada.

Salvo pelo Frota

Divulgação

Um dos maiores artífices da candidatura de Jair Bolsonaro, o empresário Luciano Hang, das lojas Havan, conseguiu um convite de última hora para acompanhar, do Palácio do Planalto, a posse do capitão. Quem cedeu o convite para a presença de Hang foi o deputado Alexandre Frota (PSL-SP), que preferiu ficar em casa acompanhando a gravidez da esposa. O novo filho de Frota nascerá nas próximas semanas.

Rápidas

* Num exagero de segurança, maçãs foram confiscadas dos lanches que repórteres levaram para fazer a cobertura da posse presidencial. Alguém imaginou que elas poderiam ser atiradas na direção do novo presidente da República.

* A segurança, porém, esqueceu-se de inspecionar as máquinas automáticas que vendem alimentos na entrada do anexo do Senado. Um dos itens expostos eram justamente maçãs. Muitos compraram numa espécie de protesto

* Mais de uma hora antes do início da cerimônia de posse, o deputado Hildo Rocha (MDB-MA) chegou ao plenário da Câmara e sentou-se na cadeira que usa normalmente, na primeira fila. Acabou retirado de lá por um segurança.

* Hildo foi informado que aqueles lugares estavam reservados aos chefes de Estado estrangeiros. E bufou: “Essa casa é nossa”. Por ele, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tinha de ir lá para o fundão.

Retrato falado

“Não vamos trocar apoio ao governo por apoio a Rodrigo” (Crédito: Pedro Ladeira/Folhapress)

Logo no começo da cerimônia de posse do presidente Jair Bolsonaro, o presidente do DEM, ACM Neto, anunciou que seu partido só iria se reunir em fevereiro para definir se dará apoio ao novo governo. Ou seja: somente depois da eleição do presidente da Câmara, cargo para o qual o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) planeja a reeleição. Ele jurou que uma coisa não tinha relação com a outra. Mas foi o que ficou parecendo. Coincidência ou não, no dia seguinte o PSL declarou apoio a Maia.

Rombo previdenciário

Dados repassados à equipe de transição ao governo Bolsonaro estimam que o rombo fiscal provocado por fraudes em aposentadorias pode chegar a até R$ 179 bilhões. Os dados foram repassados na reta final da transição e vão justificar a expedição de uma Medida Provisória que tem o intuito de combater fraudes no INSS. Os dados corroboram um relatório da Controladoria Geral da União (CGU), segundo o qual pelo menos R$ 1,5 bilhão foram pagos indevidamente a pessoas que trabalhavam normalmente, apesar de terem sido beneficiárias de aposentadorias por invalidez. Segundo esse relatório, 24,6 mil casos de aposentadoria por invalidez deveriam ter sido canceladas pelo INSS.

Toma lá dá cá

Major Olímpio

O PSL optou por apoiar a reeleição de Rodrigo Maia na Câmara. Mas, no Senado, irá com o senhor?
Recebi essa missão do presidente do partido, Luciano Bivar. Fiquei muito feliz com a lembrança. Eu não vou me oferecer, mas também não me escondo. Estou pronto para qualquer missão.

Na Câmara, o governo já tem uma base mais consistente. No Senado, porém, é bem menor. Isso será um gargalo?
Eu não vejo como gargalo. Não é uma tarefa simples. Mas estamos conversando para garantir a governabilidade

A renovação expressiva pode ajudar?
Sim. O fato de termos um número maior de novos senadores com vontade de fazer um Brasil melhor, deve ser um fator a nosso favor.

Anti-Renan

Parlamentares aliados comemoraram a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, que determinou votação aberta para a eleição da presidência do Senado. Eles acreditam que Renan Calheiros (MDB-AL) seria vencedor caso a eleição fosse por votação secreta.

Descentralização

Mateus Bonomi

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM) tomou posse na manhã de terça-feira 1 e correu para Brasília para prestigiar a posse de Jair Bolsonaro. Caiado estava animado principalmente com a promessa de campanha de Bolsonaro de promover a descentralização administrativa, dando mais autonomia e recursos aos Estados, como forma de reforçar a Federação.

Reforma em junho

Caiado confia nessa possibilidade, pela estratégia imaginada pelo governo de reforçar negociações com os governadores para que eles pressionem as bancadas no Congresso. “Esse novo modelo de relacionamento tem tudo para dar certo. E, aí, já sou capaz de fazera previsão de que, até julho, teremos a reforma da Previdência aprovada”, aposta Caiado.

Afif e o S

Beto Barata/PR

Embora tenha presidido o Sebrae, Afif Domingos não é crítico da decisão do ministro da Economia, Paulo Guedes, de cortar recursos do Sistema S. “Está na hora de se fazer uma avaliação do custo-benefício disso”, disse Afif À IstoÉ. “Esse sistema é muito antigo, da década de 1940”, argumentou. Afif será assessor especial de Paulo Guedes.