O PT (Partido dos Trabalhadores) entrou com um recurso na Justiça Eleitoral do Paraná contra o pedido feito pela deputada federal Rosangela Moro (União Brasil-SP) para transferir o domicílio eleitoral dela de São Paulo (SP) para Curitiba (PR).

Eleita deputada federal por São Paulo em 2022, a esposa do ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR) teve o pedido deferido no último dia 4.

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No recurso movido pelos diretórios estaduais do PT em São Paulo e no Paraná e pelos diretórios municipais do partido na capital paulista e em Curitiba (PR), os advogados da legenda alegam que “não é possível que uma representante do estado de São Paulo possa fixar seu domicílio eleitoral em outra unidade da federação durante o curso do mandato”.

“Entendemos que o domicílio eleitoral feito no registro de candidatura não vale só para os 45 dias de campanha e sim para o mandato todo”, ressaltou à ISTOÉ o deputado estadual Arilson Chiorato (PT-PR), presidente do diretório estadual do PT no Paraná.

Para os advogados do PT, a transferência do domicílio eleitoral de Rosangela Moro “implica inquestionável fraude à representatividade do eleitorado paulista no Parlamento”. No recurso, os representantes do PT destacaram que para concorrer nas eleições de 2022, a parlamentar pediu para transferir o domicílio eleitoral de Curitiba para São Paulo e que agora ela “busca retornar para o seu domicílio eleitoral de origem, no qual optou por não concorrer”. 

Os advogados do PT justificam ainda que o indeferimento da mudança do domicílio eleitoral da deputada visa “garantir a lisura do processo eleitoral e o respeito aos postulados da soberania popular e da fidedignidade da representação política”.

A ISTOÉ procurou a assessoria da deputada federal Rosangela Moro para comentar o recurso movido pelo PT, mas até o momento não obteve retorno. O espaço permanece aberto.

Presidente do PT fala em “desprezo”

A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) criticou nas redes sociais a o pedido de mudança de domicílio eleitoral feita pela colega de Parlamento.

“Ao trazer de volta seu domicílio eleitoral para Curitiba, Rosângela Moro e o ex-juiz Sergio Moro dão mais uma prova de seu desprezo pela população paranaense. Quando pensavam estar na crista da onda, mudaram para São Paulo, porque achavam o Paraná pequeno demais para eles. Quando o plano de ser candidato a presidente deu com os burros nágua, o ex-juiz parcial teve de voltar correndo”, escreveu a presidente do PT nas redes sociais.

Ainda na publicação, Gleisi lembrou que Sergio Moro deve ser julgado pelo TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná) por acusações do PL e da Federação Brasil da Esperança, composta pelo PT, PC do B e PV.
As legendas acusam o senador de abuso de poder econômico, caixa dois e utilização indevida dos meios de comunicação na pré-campanha de 2022. Caso os magistrados condenem o ex-juiz pelas acusações, ele terá o mandato cassado.

“Agora que vai ser cassado, por causa dos crimes eleitorais que cometeu, traz a mulher de novo, para ser candidata na vaga dele. Desrespeito também com a população de SP que a elegeu deputada. São moralistas sem moral! Colocam seus interesses pessoais e de poder acima do interesse público. Nossa gente merece respeito!”, criticou Gleisi.

Também nas redes sociais, Rosangela Moro rebateu os comentário da deputada petista. “Chora, Gleisi”, escreveu a esposa do ex-juiz.