O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começou a articular com seus interlocutores o substituto de Silvio Almeida no comando do Ministério dos Direitos Humanos, após a demissão do ministro na última semana. Almeida deixou o cargo após denúncias de assédio sexual.

Lula admitiu aos aliados querer uma mulher negra para assumir o posto. Desde sexta-feira, 6, Esther Dweck tem acumulado o comando da pasta com a chefia do Ministério de Gestão e Inovação.

Internamente, o PT trata o nome da deputada estadual Macaé Evaristo (PT-MG) como favorita para assumir o comando da pasta. A legenda tem feito forte pressão sobre Lula pela pasta para ganhar maior protagonismo no Planalto.

Também são cogitados os nomes da deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) e da socióloga Vilma Reis. Ambas correm por fora na disputa, mas podem ganhar força nas reuniões internas que serão realizadas nesta semana. A substituta tende a ser anunciada até sexta-feira, 13.

A escolhida irá substituir o ex-ministro Silvio Almeida, demitido por Lula na última sexta-feira. Ele é acusado de ter cometido assédio sexual, sendo uma das vítimas a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial.

As denúncias foram divulgadas pela rede de apoio Me Too Brasil na última quinta-feira, 5. Uma professora de Santo André também afirmou ter sido vítima de assédio do ex-ministro em 2019.

Ele nega as acusações e se recusou a pedir demissão. Em nota, ele classificou as acusações como “mentirosas”. Almeida afirmou ter enviado um ofício à Controladoria-Geral da União (CGU), Ministério da Justiça e Procuradoria-Geral da União (PGR) para investigarem o caso.

O Palácio do Planalto também deve investigar as acusações por meio da comissão de ética da presidência.