A bancada do PSOL na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) deve ir para “as cabeças” e lançar uma candidatura própria para todos os cargos da Mesa Diretora nas eleições internas marcadas para sábado, 15. De quebra, o partido poderá confrontar o PT e constranger o PL e os bolsonaristas durante a votação.
Mesmo com chances remotas de vitória, a bancada deve lançar a deputada Paula da Bancada Feminista ao cargo de presidente. Ela enfrentará o atual chefe do Legislativo, André do Prado (PL), franco favorito à reeleição.
Prado conta com o apoio de toda a base do governo e de partidos como o PSB, que se coloca como independente, e do PT. No acordo para a reeleição, a base do governo votará no nome petista para o segundo posto mais importante da Casa, a primeira secretaria.
Este cargo é o ponto crucial para o PSOL. Além da disputa do cargo contra os petistas, os psolistas podem obrigar o PL e os bolsonaristas votarem no PT para o posto.
A tendência é que os petistas lançem o deputado Maurici como candidato à primeira secretaria. Já o PL ganhará a 4ª secretaria, que tem o deputado Diniz, que já ocupa o posto, como favorito.
Internamente, os bolsonaristas não seriam obrigados a depositar seus votos caso houvesse apenas um candidato para o cargo. Com isso, haveria a eleição por aclamação e os bolsonaristas não precisariam deixar suas digitais de voto.
Com um candidato do PSOL, a ala ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será obrigada a votar no petista para não perder os votos para a 4ª secretaria. A preocupação, de acordo com relatos de alguns deputados do PL, é que a abstenção dos bolsonaristas vire a chave do PT para votar em um candidato do PSOL para o cargo.
Tudo indefinido
Mesmo com a decisão tomada entre os deputados psolistas, há chances de o partido recuar e não lançar um candidato para a primeira secretaria. O impasse deverá ser resolvido apenas no sábado, 15, horas antes da eleição para a Mesa Diretora.
Deputados admitiram à IstoÉ a preocupação com as consequências de uma disputa entre PT e PSOL pelo cargo. Na avaliação de alguns parlamentares, qualquer ação de enfrentamento direto pode provocar um racha na oposição, enfraquecendo as bancadas.