O PSOL solicitou, nesta quinta-feira, 21, a abertura de um procedimento no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Eduardo Pazuello (PL-RJ) por quebra de decoro parlamentar. A denúncia baseia-se nos indiciamentos realizados pela Polícia Federal no inquérito sobre a trama golpista.

No pedido, o partido afirma que Ramagem quebrou o decoro ao participar da elaboração de um possível golpe de Estado. Ele foi um dos 37 indiciados pela Polícia Federal no inquérito, que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como figura central.

“A atuação do deputado Alexandre Ramagem não apenas apresenta indícios consistentes de participação em atividades ilícitas, mas também agride a dignidade, o respeito e a credibilidade do Parlamento, configurando uma violação clara do decoro parlamentar”, afirma o texto da denúncia.

O PSOL também solicitou a instauração de um processo contra Eduardo Pazuello, mesmo que ele não tenha sido citado diretamente no inquérito da PF. O partido justifica a ação com base no vínculo de Mário Fernandes, ex-número dois da Secretaria-Geral da Presidência da República no governo Bolsonaro, com o gabinete de Pazuello até maio deste ano. Fernandes recebia um salário superior a R$ 15 mil.

Mário Fernandes foi preso na operação Contragolpe, da Polícia Federal, realizada na última terça-feira, 21. Ele é apontado como o arquiteto de um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em resposta ao indiciamento, Ramagem tentou desqualificar a Polícia Federal e classificou o inquérito como uma “criatividade”. Já Pazuello afirmou que Fernandes não faz mais parte de seu gabinete, mas declarou acreditar na inocência do ex-assessor.