Rio – Cerca de 600 dias após o crime, o PSOL convocou, na tarde desta quarta-feira, um ato por justiça para Marielle e Anderson, às 17h da próxima sexta-feira, na Cinelândia, Região Central do Rio. A mobilização acontece um dia após o Jornal Nacional reproduzir uma reportagem em que mostra que a Polícia Civil teve acesso ao caderno de visitas do condomínio Vivendas da Barra, na Zona Oeste do Rio, onde mora o principal suspeito de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes – Ronnie Lessa. Os registros mostram que Élcio Queiroz entrou no condomínio e disse que iria para a casa de Jair Bolsonaro. Como houve citação ao nome do presidente, a lei obriga o Supremo Tribunal Federal (STF) analise a situação.
“Hoje se completam 595 dias do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Ao longo desse tempo o PSOL tem cobrado incessantemente para que as investigações apontem quem mandou matar uma vereadora eleita do Rio de Janeiro. Temos exigido a seriedade e celeridade necessárias a um crime de tal gravidade e, por isso, encaramos as informações veiculados ontem no jornal nacional com esta mesma seriedade. O fato novo é que horas antes do crime que vitimou nossa companheira, um dos suspeitos do assassinato, Élcio Queiroz, ter contatado a casa do então deputado federal Jair Bolsonaro. Esse fato precisa ser investigado e, para tal, é fundamental que o STF autorize a continuação das investigações. Acreditamos que o aprofundamento da investigação não é de interesse de um setor político apenas, mas deve interessar a toda sociedade e também ao próprio Presidente da República”, diz a nota.
O crime
A vereadora Marielle Franco (Psol) e seu motorista Anderson Gomes foram assassinados no dia 14 de março de 2018, quando ela saía de um evento na Rua dos Inválidos, na Lapa, região central do Rio. Eles foram surpreendidos por criminosos armados em outro carro no Estácio.
Mesmo sem desfecho conclusivo, dois homens foram denunciados pela morte da vereadora e de seu motorista. Segundo a investigação, o miliciano Orlando Curicica “forneceu às autoridades informações importantes do envolvimento de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz nos assassinatos”. Presos no dia 12 de março, o sargento da PM reformado Ronnie Lessa é apontado como o responsável por efetuar os disparos que mataram a parlamentar e seu motorista, enquanto Élcio Queiroz dirigia o Cobalt usado na perseguição e ataque à parlamentar. Élcio foi policial militar, mas acabou expulso da corporação.