Em conversa com a reportagem de IstoÉ Gente, o psicólogo Alexander Bez reforça o alerta com os filhos. Leia na íntegra:
“A importância desse alerta é enorme, porque ele desencadeia uma série de desdobramentos positivos. Quando figuras públicas como o Cristiano e sua esposa se posicionam sobre temas tão sensíveis, acabam incentivando outros pais a refletirem e agirem com mais consciência.
É fundamental que os pais tenham conhecimento, sabedoria e iniciativa para proteger seus filhos e dialogar abertamente sobre o que os cerca. Hoje, crianças de 7 ou 8 anos já têm acesso a uma quantidade absurda de informações, completamente diferente daquela acessada por crianças da mesma idade nos anos 90.
Por isso, ações como essa são indispensáveis. Estamos falando de uma fase crucial do desenvolvimento, na qual é essencial ensinar que agressividade e violência jamais devem ser encaradas como soluções.
E quando esse tipo de alerta vem de alguém conhecido, alguém da mídia, o impacto é infinitamente maior do que se viesse de uma pessoa anônima. É justamente esse alcance que torna essas atitudes tão poderosas. É realmente admirável ver pessoas públicas usando sua visibilidade para promover conscientização.”
“Vivemos hoje em um mundo midiaticamente invasivo. Aquela proteção que muitos de nós tivemos nas décadas de 70, 80 e 90 praticamente desapareceu. Existe uma verdadeira invasão psicológica agressiva em curso, e isso precisa ser debatido com seriedade.
O que me preocupa é como conteúdos aparentemente inofensivos, como figurinhas ou desenhos, muitas vezes carregam mensagens sutis de violência, erotização ou passividade. São elementos que, aos poucos, vão moldando o comportamento e a visão de mundo da criança. É assim que o que é anormal começa a parecer normal, e isso interfere diretamente na forma como ela interpreta o mundo, reage às situações e se comporta.
Essa invasão é ambígua, porque não atinge apenas a criança. Para ela, tudo pode parecer lúdico, natural. Mas, para os pais, o impacto é profundo. E é aí que mora o perigo. Existe, sim, uma intencionalidade por trás de muitas dessas ações: provocar estresse, gerar confusão, distorcer valores. São movimentos midiáticos planejados para alterar cultura, costumes e até o senso de certo e errado.
O estresse gerado por essa exposição precoce pode resultar em diversos sintomas, desde ansiedade, distúrbios alimentares e transtornos do sono até quadros de depressão, tanto em crianças quanto em adultos. Por isso, é preciso atenção redobrada. Aquilo que parece apenas um brinquedo, um papel de carta ou um simples adesivo pode, na verdade, carregar uma mensagem perigosa. Hoje, a maldade muitas vezes se disfarça de diversão.”