Na quinta-feira (13), a TV Globo, que vem promovendo cortes no setor de jornalismo, alegando necessidade de manter “o processo de transformação e evolução” e “disciplina de contas”, demitiu outros grandes nomes, como os jornalistas Giovana Teles e Maurício Noriega. Profissionais renomados como Giuliana Morrone, César Galvão e Fabio Turci também estão entre os demitidos da emissora global.

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Os desligamentos começaram no Rio de Janeiro e, em seguida, profissionais de São Paulo, Recife, Brasília e Belo Horizonte também foram desligados.

IstoÉ Gente conversou com a psicóloga cognitivo comportamental especializada em compulsões Rejane Sbrissa, que fez uma alerta sobre a saúde mental dos jornalistas que estão sendo demitidos em massa pela Globo. Confira!

“As demissões em massa causam muitos problemas na saúde mental dos funcionários, além do medo de também poder ser demitido a qualquer momento. A insegurança toma conta de todos os que ficam. Essa incerteza e insegurança pode ir levando as pessoas que ficaram na empresa a terem crises de ansiedade, depressão ou estresse crônico, afetando diretamente no funcionamento geral”, começou a profissional.

“O impacto psicológico é considerável na vida dos funcionários que ficaram – mesmo sem eles terem sido demitidos. A pessoa pode passar a não dormir, ficar preocupada com seu futuro próximo, muito ansiosa gerando transtorno de ansiedade, pode ter choros frequentes pelo estresse constante”.

O que fazer ao ser demitido ?

A pessoa tem que confiar em si mesma profissionalmente, saber que é capaz de arranjar outro emprego, caso aconteça a demissão (aliás, sempre temos que ter essa auto confiança, pois mesmo que não seja uma demissão em massa, nenhum emprego é 100% seguro). Não se pode ser dependente de um emprego e acreditar que é a salvação e que se perder não será ou não conseguirá mais nada.

Pensar em outras opções de vida, caso seja demitido, ou seja, ter um plano B. Saber quem é, ter consciência de suas competências e, se precisar, saber reconhecer que precisa de ajuda psicológica.

Globo é acusada de etarismo

Após as demissões em massa, a Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ) condenou a atitude da emissora e anunciou que solicitou uma reunião emergencial para debater os desligamentos.

Em nota publicada no site oficial, a organização aponta etarismo (preconceito de idade) nas demissões que aconteceram em diversas praças do grupo Globo. “Em reunião realizada com profissionais da emissora, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo salientou que a posição da entidade é a luta contra qualquer demissão, com a categoria resistindo coletivamente a esse verdadeiro desmonte de nossa profissão”, diz um trecho da publicação.

“Fica evidente também a posição etarista da empresa, com a demissão sumária de profissionais com décadas de experiência”, afirma a FENAJ, em nota publicada no site oficial.

A FENAJ ainda declarou que irá abrir um canal de comunicação com a TV Globo para tentar barrar demissões de jornalistas.