A psicóloga Graziela Maria, que já atendeu o ex-jogador e comentarista da Globo Walter Casagrande, deu uma entrevista ao programa do Milton Neves, neste domingo, na Rádio Bandeirantes. A médica falou sobre a luta de vários ex-jogadores contra as drogas e o peso da aposentadoria.

– O crack está mais perto do que a gente imagina. Os jogadores vivem um momento de muita glória e dinheiro. Depois eles perdem o auge e eles precisam lidar com esse vazio. E é um convite para a droga. A droga acaba entrando para cobrir esse vazio – disse.

+ ‘Eu esperava mais’, diz Casagrande sobre manifesto da Seleção Brasileira sobre Copa América

+ ‘Corinthians tem que melhorar muito para fugir do rebaixamento’, critica Casagrande

+ ‘Bolsonaro deveria proteger seu povo, não nos colocar à mercê desse vírus’, diz Casagrande

A médica, que também trata do ex-jogador do Vasco e Corinthians, Régis Pitbull, falou sobre o processo de cura e o cuidado com o tratamento, principalmente quando envolve o uso de crack.

– É possível a recuperação. Mas é preciso critério e um olhar. Principalmente sendo crack – disse.

Casagrande precisou travar uma dura batalha contra as drogas. Em 2019, em entrevista ao apresentador Amaury Jr., da RedeTV!, o comentarista relembrou um grave acidente de carro que sofreu em 2007, após consumo excessivo de drogas. Na ocasião, o ex-jogador contou que teve um “surto psicótico” e que começou a ver “demônios”.

– Tive um surto psicótico e comecei a ver demônios em casa. Surtei porque estava usando droga por vários dias sem parar, sem beber água, sem nada. Então surtei naquilo que estava mais lendo sobre, que eram coisas das trevas, demoníacas, etc. Comecei a ver demônios o tempo todo. Saí de casa, fui me hospedar num hotel em frente à TV Globo. Fiz o check-in, subi e quando abri a porta, os demônios estavam lá ainda. Por que? Porque eles estavam dentro de mim, eles eram meus – contou.