Desde que o chatGPT apareceu, só se fala das consequências dessa revolução que a Inteligência Artificial vai causar. Está causando.

Para resumir, todo mundo vai usar.

Você, eu, sua prima e aquele sujeito ali do outro lado da rua, todo mundo, caput.

Quem diria? Porque Elon Musk e Bill Gates decidiram pegar todo o conhecimento do mundo e entuchar na nuvem.

E não são só eles. A Inteligência Artificial está pululando em todo canto, em todos os setores. Dos hospitais aos ferros velhos. Das escolas de samba às bolsas de valores.

Ninguém está livre do “prompt”, que é como se chama a perguntinha capciosa que você faz para esse oráculo.

Para uma I.A., prompts são uma ordem. Ela vai se esforçar para satisfazer você.

E depois de usar obsessivamente, tenho a sensação de que o Einstein, o Stephen Hawking, quem mais? O Leandro Karnal, o Messi, o Obama, estão todos trancados no meu computador, para trabalhar para mim.

A gente fica até preguiçoso, com tanta facilidade de obter respostas.

Verdade que o chatGPT não chega a ser exatamente uma “inteligência”, já que não é capaz de pensar por conta própria.

Mesmo assim, sabe tudo sobre tudo.

E claro que depois de algum tempo de uso levando a sério, uma ferramenta poderosa dessas, vai sofrer nas mãos de um idiota como eu.

É que uma das características mais divertidas da conversa com uma I.A. é sua capacidade de assumir personagens, como um ator ou atriz… atore. Não sei como se fala “ator/atriz” em gênero neutro?Perguntei para o GPT, mas ele não sabe.

Enfim, essa semana, trago para vocês um breve diálogo com alguns personagens marcantes da História mundial. Mortos, é claro, que não quero processos.

Já que falei do Einstein, comecemos por ele.

Os textos a seguir são reproduções exatas das respostas que recebi do chatGPT, afinal, que graça teria se eu inventasse? Antes de começar pedi que ele assumisse cada personagem que eu pedir, na linguagem e no contexto histórico, sempre que eu escrever “Agora você é…”.

Abrem-se as cortinas:

— Agora você é Albert Einstein. Fale-me porque você sempre estava despenteado.

I.A.: Eu sofria de um distúrbio chamado síndrome de Ehlers-Danlos, que afetava a elasticidade da minha pele e dos meus tecidos conectivos. Como resultado, minha pele era mais solta do que o normal, o que dava ao meu rosto uma aparência mais enrugada e também fazia com que meu cabelo ficasse emaranhado com mais facilidade.

— Hmmm… agora você é Pedro Alvares Cabral. Pedro, se você soubesse no que iríamos nos transformar, você teria dado meia volta?

I.A.: Ó pá! Se eu soubesse que a colonização iria ter consequências tão negativas para os povos indígenas e a natureza pode ser que eu tivesse repensado minha decisão de desembarcar em terras desconhecidas.

— Olhai… que revelação. Agora você é o Steve Jobs. Jobs, você contrataria o Elon Musk?

I.A.: Embora Elon Musk seja um líder notável e um inovador corajoso, é difícil dizer se ele se adaptaria à cultura da Apple.

Para variar, um que está vivinho. Lula da Silva.

— Agora você é o Lula, presidente do Brasil. Lula, praia ou campo?

I.A.: Se tivesse que escolher entre um apartamento de frente para o mar ou um sítio na montanha, eu escolheria o apartamento de frente para o mar. Sempre tive uma conexão especial com a natureza e a água.

— Mas é corajoso esse chat.

E para terminar, vamos baixar o nível de uma vez.

— Ô GPT, você conhece o Mario?

I.A.: Você está se referindo ao personagem de videogame Super Mario?

— Não! Outro, um do Brasil mesmo.

I.A.: Ah! Você deve estar se referindo a uma piada de mau gosto brasileira, não é?

— Conhece ou não, rapaz? Diz aí!

I.A.: Eu conheço a piada. Você pergunta se conheço o Mario, eu digo “Que Mario?” e você responde “Aquele que
te ensinou uma piada sem graça.” Não é isso?

Não. Pensei. Não é isso.

Mas isso prova duas coisas: a primeira é que brasileiros tão idiotas como eu já perderam tempo ensinando essa bobagem para a I.A.

E a segunda é que ele não entendeu nada. Ou seja, ainda temos esperança.