O Paris Saint-Germain se classificou para sua primeira final de Liga dos Campeões ao eliminar o Leipzig (3-0) nesta terça-feira no estádio da Luz, em Lisboa, e agora os parisienses vão encarar no domingo o vencedor do duelo entre Bayern de Munique e o Lyon, que se enfrentam nesta quarta-feira na outra semifinal.

No ano do seu cinquentenário, o PSG cumpriu o objetivo de seus dirigentes cataris e de sua torcida de disputar a grande final graças a um gol de cabeça do brasileiro Marquinhos (aos 13 minutos), um do meia Angel Di Maria (42) e outra cabeçada do lateral-esquerdo espanhol Juan Bernat no segundo tempo (56), com nova assistência do argentino. O PSG pode agora se tornar o segundo clube francês a conquistar a Liga dos Campeões, depois do Olympique de Marselha que venceu em 1993.

“Estamos muito felizes, a equipe fez um ótimo trabalho, uma grande partida, queríamos escrever a história e conseguimos. Se continuarmos como hoje, isso pode nos ajudar na final”, comemorou Di Maria, de 32 anos, após o jogo.

“Vai ser difícil dormir esta noite com a final em mente”, brincou ele, que foi o destaque da partida.

O técnico Thomas Tuchel elogiou seu time: “A equipe mostrou qualidade, determinação, uma boa combinação com a qual merecíamos vencer”.

A temporada está sendo histórica para o time parisiense, que nas competições francesas conquistou quatro títulos (Ligue 1, Copa da França, Copa da Liga da França e Supercopa da França).

Já se passaram 25 anos desde que o PSG disputou a semifinal do principal torneio europeu e naquela ocasião o Milan interrompeu seu caminho rumo à final. Desta vez, a equipe da capital francesa superou o limite da penúltima rodada e já está a um passo de levantar a chamada ‘Orelhuda’, sua grande obsessão.

Depois de sofrer nas quartas de final contra o Atalanta (2-1), jogo em que o PSG precisou de uma virada espetacular com dois gols nos acréscimos, o duelo da semifinal foi bem mais tranquilo.

O astro Kylian Mbappé, que brilhou ao entrar no segundo tempo nesse jogo, foi escalado como titular enquanto o argentino Mauro Icardi ficou no banco.

Mbappé havia machucado o tornozelo no final do mês passado, na final da Copa da França em que sua equipe venceu o Saint-Etienne por 1 a 0.

Com o retorno do prodígio francês e do argentino Di María, ausente por suspensão nas quartas de final, Tuchel teve à sua disposição todo o seu arsenal ofensivo, e colocou em campo um time seguindo o esquema 4-3-3.

O goleiro espanhol Sergio Rico substituiu o machucado Keylor Navas.

Do lado do Leipzig o técnico alemão Julian Nagelsmann, de 33 anos, colocou em campo o mesmo time que havia eliminado nas quartas de final o Atlético de Madrid (2-1), com uma exceção: o zagueiro francês Nordi Mukiele entrou no lugar de Marcel Halstenberg.

O clube alemão, que nas oitavas havia deixado para trás o atual vice-campeão europeu Tottenham, acorda de seu sonho. Resta o consolo de ter vivido a melhor temporada europeia de sua breve história de onze anos.

– Domínio total –

Desde o início da partida, o PSG deixou claro que seu status de favorito era justificado.

Logo aos 5 minutos, Neymar recebeu um bom toque de Mbappé e penetrou na área, tocando no canto esquerdo do goleiro, mas a bola foi pela linha de fundo depois de desviar na trave.

Pouco depois o francês campeão do mundo venceu o goleiro Peter Gulacsi, mas o gol foi anulado devido a um toque de mão de Neymar antes de a bola entrar no gol.

O primeiro gol da noite veio aos 13 minutos, quando Di María alçou a bola na área em uma cobrança de falta e Marquinhos, na frente de todos, finalizou de cabeça para o fundo das redes alemãs.

O RB Leipzig esboçou uma reação tímida como em uma chance do dinamarquês Yussuf Poulsen em que a bola foi para fora (25).

Aos 35 minutos, Neymar cobrou um tiro livre direto e acertou a trave novamente, surpreendendo o goleiro Gulacsi.

Mesmo com a vantagem no placar o PSG seguiu pressionando e conseguiu ampliar antes do intervalo, aos 42 minutos, quando o argentino Leandro Paredes roubou uma bola e mandou para a área onde Neymar dominou e deu um leve toque para Di María que, cara a cara com Gulacsi, não falhou e deu um chute cruzado no canto (2-0).

Neymar poderia até ter aumentado aos 44, mas chutou rente à trave.

No segundo tempo, o Paris Saint-Germain manteve sua superioridade.

O time tinha domínio total da partida e ainda conseguiu ampliar aos 53 minutos, quando Di María voltou a cruzar na área e seu companheiro espanhol Juan Bernat finalizou de cabeça. O lance foi analisado com o auxílio do VAR e o gol foi confirmado.

Com a situação sob controle, Mbappé tentou duas vezes. Primeiro de cabeça (70) e depois com um chute (72) que Gulacsi defendeu. Mas sua equipe não precisava de mais nada.

“Esta noite, o rival foi simplesmente mais forte do que nós e temos de aceitar isso”, admitiu o técnico do Leipzig, Julian Nagelsmann após a partida.

Já o capitão Thiago Silva comemorou. “Não foi nada fácil, houve momentos muito difíceis (nos últimos anos), mas hoje merecemos estar na final”, disse o veterano brasileiro, que preferiu não confirmar se a decisão será de fato seu último jogo com a camisa do Paris Saint-Germain.

O foco está todo na final, que tem tudo para ser o jogo mais importante da história do clube. O próximo objetivo do PSG é se igualar ao rival Olympique de Marselha que após vencer o Milan na final em 1993 (1-0) se tornou o único clube francês campeão europeu, status que mantém até hoje.

yk-jed/jr/aam