Presidente do diretório do PSDB em São Paulo, Paulo Serra disse à IstoÉ que o objetivo do partido é eleger de 25 a 30 deputados federais em 2026 para “voltar a ter uma bancada relevante no Congresso”.
“Temos a percepção de que 2026 ainda será uma disputa polarizada, mas os anos seguintes permitirão voltar a debater o Brasil, o que fortalece o PSDB, uma força política distante dos extremos“, acrescentou o ex-prefeito de Santo André.
Na avaliação de Serra, o momento tucano é de “pé no chão” e foco na “formação de chapas competitivas de deputados federais e estaduais” sob a nova direção partidária. Em evento marcado para quinta-feira, 27, o deputado Aécio Neves (MG) deve voltar à presidência do partido após oito anos e uma ameaça de expulsão.
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Cláusula de desempenho é ameaça ao PSDB
A mira no Congresso é uma reação ao risco de ser levado ao ostracismo pela cláusula de desempenho. O PSDB, que governou o país por oito anos (1995 a 2002, com Fernando Henrique Cardoso), registrou seus piores eleitorais da história em 2022, ao eleger 13 deputados federais e três governadores — todos já deixaram a legenda.
Em 2026, os partidos terão de eleger 13 deputados distribuídos em 1/3 das unidades federativas ou obter no mínimo 2,5% dos votos válidos nas eleições para a Câmara, espalhados pelo mesmo território, para manter acesso aos fundos partidário e eleitoral e ao tempo de propaganda no rádio e na televisão.
Na avaliação do dirigente, a legenda cometeu erros ao não renovar seus quadros e não lançar candidatura presidencial em 2022, mesmo após a realização de prévias — disputadas entre João Doria, então governador de São Paulo, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul. “Gosto de falar de um PSDB conectado com a sociedade. Precisamos buscar essa conexão, mesmo que em outro formato, com outra linguagem”, disse.
Por esse objetivo, o próprio ex-prefeito admitiu que poderá concorrer à Câmara dos Deputados. A outra opção é disputar o governo de São Paulo — ele chega a ter 8% nas pesquisas —, mas Serra afirmou que a decisão do PSDB, que já comandou o estado por 28 anos, depende da definição do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que poderá ser candidato à reeleição ou à Presidência da República.