O PSDB vai anunciar nesta quinta-feira, 9, o apoio à candidatura da senadora Simone Tebet (MDB) à Presidência com o senador Tasso Jereissati (CE) como vice da chapa. O acordo foi fechado nesta quarta-feira, 8, em reunião no gabinete do próprio Tasso.

Com o acerto, três partidos de centro – MDB, PSDB e Cidadania – entram na campanha, na tentativa de representar a terceira via, uma alternativa à polarização entre as candidaturas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Além de Tasso, os presidentes do PSDB, Bruno Araújo, do MDB, Baleia Rossi, do Cidadania, Roberto Freire, o líder do PSDB no Senado, Izalci Lucas (DF), e o secretário-geral do PSDB, deputado Beto Pereira (MS), também participaram da reunião que sacramentou o acordo. Simone está com suspeita de covid e participou da reunião virtualmente – ela fará o teste nesta quinta.

Como contrapartida para o apoio à Simone, a cúpula do PSDB exigiu um endosso do MDB à candidatura tucana ao governo do Rio Grande do Sul. A ideia é que o deputado estadual Gabriel Souza (MDB) seja candidato a vice do ex-governador Eduardo Leite (PSDB). Junto com São Paulo, o Estado é uma das principais apostas dos tucanos nas eleições de 2022.

O MDB gaúcho ainda não oficializou o apoio a Leite, mas deixou as portas abertas para uma composição no futuro próximo. Importantes líderes do MDB-RS, como o ex-senador José Fogaça e o ex-governador Germano Rigotto sinalizaram ser favoráveis a um acerto com o tucano.

O compromisso de entendimento futuro foi considerado suficiente pela cúpula tucana para avançar no apoio à pré-candidatura presidencial do MDB. A Executiva Nacional do PSDB vai se reunir às 11 horas desta quinta e deve confirmar a posição.

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O apoio do MDB a candidatos do PSDB em Pernambuco, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul também havia sido incluído nas exigências tucanas, mas o próprio Bruno Araújo considerou o compromisso de acerto no Rio Grande do Sul como suficiente.

A construção de uma chapa da terceira via foi marcada por vários atritos internos. O PSDB havia escolhido em novembro do ano passado o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) como pré-candidato a presidente. No entanto, o paulista foi forçado a desistir da empreitada em maio após pressão da cúpula do partido. A avaliação é que os altos índices de rejeição de Doria atrapalhariam o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), que tenta a reeleição neste ano.

Segundo colocado nas prévias presidenciais do PSDB, Eduardo Leite chegou a sair do cargo de governador no final de março para se colocar como opção presidencial da legenda. Apesar disso, o gaúcho desistiu antes mesmo de Doria ser forçado a abrir mão da candidatura e passou a focar nas articulações em seu Estado. Embora não assuma publicamente, hoje ele é visto por aliados como o candidato do PSDB a governador do Rio Grande do Sul.

Mesmo tendo conquistado o apoio do PSDB, Simone Tebet não tem o apoio unânime do MDB. Uma ala do partido, sobretudo no Nordeste, quer apoiar Lula, e outra, concentrada no Sul, está com Bolsonaro. O próprio PSDB também tem uma ala que está próxima de Bolsonaro, e outra, mais ligada à velha-guarda, que dialoga com Lula.

Além de Doria, outros candidatos do campo da terceira via também ficaram pelo caminho. O ex-juiz Sérgio Moro (União) teve a candidatura abortada por caciques de sua própria legenda, que lançou o deputado Luciano Bivar, presidente da sigla, como candidato a presidente. Apesar disso, integrantes do União Brasil foram liberados para apoiar Bolsonaro.

O partido de Bivar chegou a compor as conversar com PSDB, MDB e Cidadania, mas saiu das negociações em maio, quando lançou Bivar.


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