O PSDB de Minas Gerais rompeu com o governador e candidato à reeleição, Romeu Zema (Novo), e decidiu lançar na disputa estadual o ex-deputado federal Marcus Pestana. O atual vice-governador mineiro, Paulo Brant, é tucano.

Aliado do deputado Aécio Neves (PSDB), que é desafeto do ex-governador João Doria, Pestana defendeu a pré-candidatura presidencial do paulista e disse ao Estadão/Broadcast que pretende unir os dois no mesmo palanque. “Aécio vai apoiar o candidato do PSDB à Presidência. Eu e ele estaremos no mesmo palanque do João Doria (em Minas). Independente do porcentual (nas pesquisas), vou apoiar a terceira via”, afirmou.

A decisão de lançar candidatura própria foi tomada pelo Diretório do PSDB em Minas na semana passada e será formalizada em um ato político no fim de maio. “O natural seria a gente apoiar o Zema nessa polarização dele com o (Alexandre) Kalil (PSD) , mas, além da mediocridade do governo dele, há uma ambiguidade em relação ao (Jair) Bolsonaro”, afirmou Pestana.

Dissidências

O pré-candidato defendeu que a cúpula do PSDB nacional tome providências em relação aos pré-candidatos da sigla que declaram apoio ao presidente da República, como Eduardo Riedel, de Mato Grosso do Sul. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o pré-candidato ao governo local afirmou que está “fechado com Bolsonaro”.

“O PSDB nunca foi próximo ao Bolsonaro. Certamente o Bruno (Araújo, presidente do partido) vai tomar providências. O partido não é a casa da mãe Joana”, disse Pestana.

Economista e ex-professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, Marcus Pestana, de 62 anos, começou a carreira política como vereador em 1982, aos 22 anos, quando era líder estudantil na sua região.

Antes de ser deputado federal, Pestana foi secretário da Saúde de Aécio Neves no governo mineiro e um dos seus mais próximos aliados no partido. No ano passado, ele coordenou as prévias do PSDB ao lado de José Aníbal.

Em 2018, o PSDB lançou o senador Antonio Anastasia na disputa pelo governo mineiro e disputou com Zema o 2° turno. Na ocasião, Paulo Brant estava filiado ao Novo, mas no ano passado voltou ao ninho tucano. Pestana não se reelegeu deputado há quatro anos e ficou na 1° suplência.