Fontes no PSB relataram à IstoÉ que há uma conversa em andamento para a filiação da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB). O objetivo é tê-la como candidata ao Senado por São Paulo em 2026.
“Há possibilidade de que ela dispute no Mato Grosso do Sul; mas, se vier para São Paulo, a ideia é que se filie ao PSB, porque aqui uma candidatura pelo MDB é inviável“, disse uma liderança do partido, sob condição de anonimato. Segundo essa fonte, o diálogo até aqui foi positivo.
Com domicílio eleitoral no Mato Grosso do Sul, Tebet foi vice-governadora e senadora pelo estado até 2022, ano em que teve 4,16% dos votos para a Presidência da República e apoiou o presidente Lula (PT) no segundo turno, tendo papel essencial na chamada “frente ampla” que derrotou Jair Bolsonaro (PL) nas urnas.
O movimento garantiu sua vaga na Esplanada dos Ministérios, mas a afastou da ala do MDB que faz oposição ao governo federal e é majoritária em São Paulo — tendo como expoentes o prefeito da capital, Ricardo Nunes, e o ex-presidente Michel Temer –, o que explica a “inviabilidade” da candidatura no estado.
São Paulo no caminho de Tebet
Interlocutores de Lula em São Paulo, como o advogado Marco Aurélio de Carvalho, já trabalham o nome da ministra junto a empresários para assegurar um palanque forte para a campanha de reeleição do petista no estado, que concentra 22% do eleitorado do país — e onde a emedebista teve 8,11% dos votos em 2022.
A filiação ao PSB pode selar o movimento. No estado, o campo lulista tem o ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), como pré-candidato a governador, mas há um movimento para convencer o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), a disputar o cargo novamente. Não há nome certo para o Senado.
Uma pesquisa AtlasIntel divulgada na segunda-feira, 8, mostrou Tebet em primeiro lugar na disputa por uma das duas vagas em disputa, com 22,1% das intenções de voto, à frente do próprio Haddad e do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), hoje nos EUA e mais distante de concorrer.
A disputa pelo Senado é considerada preponderante para os governistas em 2026, já que bolsonaristas trabalham abertamente para alcançar maioria na Casa, o que permitiria votar o impeachment de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
A IstoÉ procurou Simone Tebet, que não respondeu até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto à manifestação.