O mito segue com seus conceitos, sua truculência, agressões a jornalistas (dos quais também recebe pauladas). Ele o faz para causar. Seu novo alvo: ministro Mandetta, da Saúde, porque lhe faz sombra, tamanho prestígio junto a todos, até porque é absolutamente competente e didático. Aí o ciúme do capitão é bravo. Diz Bolsonaro que não há ministro indemissível. Atenção, presidente, mas também não há governante inimpichável. Dilma e Collor que o digam. Este caiu por um Fiat Elba!. Pediu para o povo ir às ruas, de verde e amarelo, e viu os caras pintadas, de preto. Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. A demissão do ministro seria um desastre, uma perda irreparável. Seria aceita?! Verdade que Bolsonaro sofre implacável ataque dos perdedores da eleição, entre eles os ladrões e vendilhões da pátria. Não deixam o presidente governar, isto desde o primeiro dia, ainda que S. Exa. faça o possível e o impossível para criar caso como chamar coronavírus de gripezinha.

Mas até nesta pandemia, seus opositores não lhe dão crédito. Os opositores e palpiteiros de plantão, prefeitos, governadores, enchem a telinha para defender o isolamento total, desancando o presidente por ele defender (e não é o único) que a economia tem que se manter ativa, senão o desastre será pior. É certo acreditar, contrariando o bom senso, que fechar o País inteiro, de forma absoluta e por tempo indefinido, para estrangular o vírus (a tese da supressão), resolverá a pandemia? Os mais necessitados vão sobreviver e comer o quê. É a história do cavalo do inglês que, quando aprendeu a trabalhar sem comer, morreu de fome! Isolar de imediato, sim, como querem a maioria dos médicos e cientistas (quinze dias é pouco; abril inteiro ainda se impõe), mas flexibilizar o mais rápido possível, com abertura gradual da economia em geral, fiscalizada pelo Poder Público; temos que produzir, comercializar, prestar serviços, trabalhar, isolando-se os grupos de risco e mantendo as escolas fechadas, até nova ordem.

O presidente já abriu os cofres em socorro dos que mais sentem a quarentena, dos mais necessitados e, ao contrário do que fizeram outros (nada letrados, diga-se), não abriu os cofres para vantagens próprias e de seguidores, mas para dar o apoio devido e esperado, ainda que tenha demorado mais do que gostaríamos. V. Exa., sr. Bolsonaro, governe com os bons conselheiros que aqui temos (não de fora) e estão sob seu comando, não desautorizando-os para mostrar quem manda, deixe de ser birrento, pare de brincar com fogo, de debochar de coisa séria, e use da mesma inteligência, tirocínio, visão de jogo, que o fizeram presidente. Presida e sua autoridade será reconhecida!