BOLONHA, 31 MAR (ANSA) – A província de Ferrara, localizada na região italiana da Emília-Romagna, será alvo de um estudo intrigante após a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2): especialistas querem entender porque a doença Covid-19 não se dissemina no local como em todas as outras partes da Itália.

“Assim que tudo acabar, nós buscaremos entender porque os contágios nunca cresceram em Ferrara. Evidentemente, há alguma razão para isso, seja por ser uma zona de malária ou por ter talassemia [anemia crônica de origem hereditária] disseminada.

Existe uma resistência natural naquela província a esta infecção que precisamos estudar porque isso pode ser útil para outros cidadãos”, explicou o assessor de Políticas para a Saúde da Emília-Romagna, Sergio Venturi. Segundo o representante regional, é intrigante o fato de que a “composição dos casos de contágio na província de Ferrara, no início, era em toda a Ferrara, mas depois isso se acalma” e, agora a maior parte dos casos está localizada próxima à divisa com a província de Bolonha.

“Uma grande parte da província está preservada e, por isso, estou muito feliz pelas pessoas que vivem ali”, concluiu. A Emília-Romagna é segunda região com mais casos do novo coronavírus na Itália, com 13.531 pessoas contaminadas – atrás apenas da Lombardia, que registra 42.161 contágios. Já a Itália contabiliza 101.739 casos. Por sua vez, a província de Ferrara tem “apenas” 306 casos da doença entre seus mais de 345 mil habitantes sendo que a vizinha Bolonha tem 1.872 registros. As demais províncias que compõem a Emília-Romagna também tem dados bem mais altos: Forlì-Cesena tem 683 contágios, Modena tem 2.137, Parma tem 1.859, Ravenna tem 568, Reggio-Emília tem 2.208 e Rimini tem 1.382. (ANSA)