Transformada no epicentro dos incêndios florestais que atingem grande parte do Canadá, Quebec prevê evacuar milhares de pessoas nas próximas semanas, informou o primeiro-ministro da província nesta quarta-feira (7).

Onze mil pessoas já abandonaram suas casas nessa província e, agora, a evacuação de mais 4.000 está sendo preparada.

Depois de Alberta e da Nova Escócia, Quebec enfrenta incêndios “jamais vistos”. Atualmente, há 150 ativos e, entre esses, 100 estão fora de controle.

“Com o efetivo que temos, podemos cobrir, ao mesmo tempo, aproximadamente 40 incêndios, mas há 150 ativos”, disse o primeiro-ministro de Quebec, François Legault. “Temos que atender os mais urgentes”, acrescentou.

Quebec mobilizou centenas de pessoas para combater o fogo e espera chegar a 1.120 com a ajuda internacional, especialmente com a chegada de bombeiros franceses.

“Quanto mais passa o tempo, maior é o desafio”, disse Legault.

Desde o início do ano, foram registrados 438 incêndios nessa província francófona, contra uma média de 200 no mesmo período de tempo nos últimos dez anos.

Também é excepcional a quantidade de hectares queimados nessa época do ano, segundo as autoridades.

Todo o Canadá passa por um ano sem precedentes: foram registrados 2.203 incêndios florestais e quase 3,8 milhões de hectares foram queimados; uma quantidade muito superior à média das últimas décadas.

O país, que pela sua localização geográfica esquenta mais rápido que o restante do planeta, tem enfrentado, nos últimos anos, fenômenos meteorológicos extremos, cuja intensidade e frequência aumentaram devido às mudanças climáticas.

Em poucos dias, os incêndios deterioraram a qualidade do ar. A capital, Ottawa, assim como Toronto e Nova York estão envoltas por uma névoa cinzenta, perigosa, sobretudo para crianças e idosos. Em Washington, um cheiro forte era sentido e o céu estava enevoado, apesar do clima ensolarado.

A Casa Branca pediu aos americanos com problemas de saúde que se protegessem da contaminação do ar.

“Incentivamos a todos nas áreas afetadas que fiquem atentos às condições [climáticas] estaduais e locais”, disse aos jornalistas a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.

“Chequem como estão seus vizinhos, seus amigos e sua família. Previnam-se, especialmente quem tem problemas de saúde”, recomendou.

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