Primeira data cívica após o impeachment de Dilma Rousseff e posse definitiva de Michel Temer, o 7 de Setembro está sendo marcado por manifestações em diversas partes do Brasil. Pelo menos 18 capitais têm protestos marcados para essa quarta-feira.

Em São Paulo, pela manhã, uma manifestação começou na praça Oswaldo Cruz, na Avenida Paulista, e se dirigiu ao Parque do Ibirapuera. Os participantes gritavam palavras de ordem contra Temer enquanto alguns moradores de prédios da região mostravam pela janela bandeiras do Brasil e pixulecos — bonecos infláveis do ex-presidente Lula vestindo roupa de presidiário, que ficaram populares durante os protestos contra o governo petista. Na Praça da Sé, a oposição ao novo mandatário entrou na pauta do Grito dos Excluídos.

Em Brasília, onde a comemoração oficial é realizada, cerca de mil opositores do novo governo se reuniram. Além deles, apoiadores do impeachment de Dilma marcaram um protesto de apoio ao projeto das dez medidas contra a corrupção, que atualmente tramita na Câmara. Cerca de dez monarquistas também foram vistos reunidos na Capital Federal, segundo eles “a República é um pesadelo que começou em 1889 e está demorando demais para acabar”.

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Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A parada militar em Brasília começou por volta das nove da manhã e terminou pouco depois das onze. Um forte esquema de segurança foi montado, e manifestantes não puderam se aproximar do muro de metal montado para proteger as festividades. No ano passado, em protesto contra Dilma Rousseff, pessoas usaram a proteção de metal como tambor. Espectadores relataram ao jornal O Estado de S. Paulo que foram proibidos de entrar na arquibancada portando cartazes ou adesivos de repúdio ao novo governo. A Secretaria de Imprensa da Presidência negou que houvesse essa orientação aos seguranças.

Michel Temer, acompanhado da esposa e vários ministros, apareceu sem a faixa presidencial, saindo de um carro fechado, em sua primeira data cívica como autoridade máxima do Brasil. Após uma chegada discreta — ele não passou em revista às tropas presentes, quebrando uma tradição antiga —, Temer se dirigiu à tribuna de honra da arquibancada instalada na Esplanada dos Ministérios. Quando foi anunciado, ouviu vaias e viu alguns apoiadores, sem sucesso, tentando emplacar um grito de “Brasil pra frente! Temer presidente!”. O mandatário e a primeira-dama foram embora minutos antes do fim do desfile, encerrado pela Esquadrilha da Fumaça.