Uma grave escassez de combustível no Sri Lanka deflagrou manifestações espontâneas em toda ilha nesta terça-feira (19), onde dezenas de milhares de motoristas furiosos incendiavam pneus e bloqueavam estradas – relataram a polícia e autoridades locais.

Os 115 quilômetros de rodovia que separam Colombo de Kandy (centro) foram bloqueados em vários pontos pelos protestos, acrescentou a polícia.

Alguns deles foram motivados pela falta de combustível, já que a maioria dos postos ficou sem gasolina e diesel neste país que atravessa a pior crise econômica desde sua independência, em 1948.

Em 12 de abril, o governo anunciou que não pagaria US$ 51 bilhões de sua dívida externa. O país agora tenta obter um resgate de entre US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O governo precisa de dólares para financiar suas importações de combustível, entre outros produtos essenciais.

A principal distribuidora de combustíveis do país, a Ceylon Petroleum Corporation (CPC), aumentou seus preços em 64,2%. A empresa pública também suspendeu o racionamento imposto desde a última sexta-feira (15).

Na véspera, a distribuidora privada Lanka IOC, que representa um terço do mercado de combustíveis, aumentou suas tarifas em 35%.

Os protestos dos motoristas coincidiram com o de Colombo. Já em seu 11º dia consecutivo, seus manifestantes exigem a renúncia do presidente Gotabaya Rajapaksa, devido ao agravamento da crise econômica.