Cerca de 300 pessoas se manifestaram nesta quarta-feira em Hong Kong contra a visita de um funcionário de alto escalão do governo de Pequim e pedindo o sufrágio universal e a libertação dos dissidentes detidos na China.

Zhang Dejiang, presidente da Assembleia Nacional Popular e responsável pelas relações com Hong Kong, realiza uma visita de três dias à ex-colônia britânica, a primeira de uma autoridade deste escalão nos últimos quatro anos.

Sua presença coincide com a preocupação pela perda de liberdades civis em Hong Kong, mais amplas que na China continental.

Embora o objetivo oficial seja participar de uma conferência econômica, a visita de Zhang é considerada uma tentativa de Pequim de reforçar sua presença em Hong Kong e de analisar se devem apoiar o impopular Leung Chun-ying para um segundo mandato à frente do executivo local.

Zhang, que começou sua visita na terça-feira prometendo reformas, planeja nesta quarta-feira uma reunião com membros do movimento pró-democrático, um gesto de aproximação pouco frequente.

Cercadas por um importante dispositivo policial, 300 pessoas se concentraram na manhã desta quarta-feira para pedir o “fim da ditadura”, eleições livres e a libertação do dissidente e prêmio Nobel Liu Xiaobo. À tarde estão previstas novas manifestações nas zonas autorizadas.

“Nossas demandas são muito claras, não damos as boas-vindas a Zhang”, disse John Leung, de 30 anos, membro da confederação de sindicatos de Hong Kong. Diante dele, vários grupos pró-Pequim agitavam bandeiras chinesas e gritavam slogans.

Durante a conferência econômica, Zhang pediu que Hong Kong se envolva mais na estratégia nacional de desenvolvimento econômico de Pequim.

“Espero que Hong Kong, com espírito de abertura, aproveite as ocasiões importantes”, declarou.

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