Dois manifestantes foram mortos a tiros nesta quarta-feira em Bagdá e várias estradas foram bloqueadas no sul do Iraque, um dia depois de uma violenta jornada que deixou um morto e vários feridos.

O Iraque, um dos países mais ricos em petróleo do mundo, está mergulhado na pior crise social de sua história recente. Os manifestantes exigem a reforma do sistema político e a renovação total de sua classe governante, que consideram corrupta e incompetente.

O movimento, o primeiro espontâneo em décadas, tem sido marcado pela violência, que deixou mais de 350 mortos desde 1º de outubro.

Depois dos disparos com munição letal que ocorreram pela primeira vez em plena luz do dia em Kerbala e que, segundo os médicos, causaram uma morte, as autoridades que administram os santuários da cidade sagrada xiita anunciaram o fechamento excepcional dos jardins de infância e escolas religiosas.

O fechamento de dois dias também se aplica às mesmas escolas em Najaf, a outra cidade sagrada xiita ao sul de Bagdá, e Al-Hilla, na província da Babilônia (sul).

Na manhã de quarta-feira grandes colunas de fumaça foram observadas acima de Kerbala, visitada todo os anos por milhões de xiitas de todo o mundo.

Os manifestantes bloquearam várias estradas, incluindo a que segue até a Babilônia, no sul.

Em Diwaniya, mais ao sul, onde escolas e administrações também fecharam, os manifestantes montaram piquetes para impedir que as autoridades tentassem reabrir seus escritórios.

Em Kut e Najaf, o setor público também está paralisado. Em Nasiriyah e Basra, regiões petrolíferas do extremo sul, uma manifestação bloqueou a filial local da companhia estatal de petróleo de Nasiriyah, mas sem afetar a produção nas duas províncias.