MADRID, 16 JUN (ANSA) – Milhares de pessoas foram às ruas no último domingo (15) na Espanha para protestar contra o turismo excessivo que está atrapalhando a vida dos moradores e fazendo com que os preços dos aluguéis disparem em algumas das cidades mais visitadas do norte ao sul do país europeu, como Barcelona, San Sebastián, no País Basco, Granada, na Andaluzia, ou Palma de Maiorca, nas Ilhas Baleares.
A iniciativa tem como objetivo lutar contra a “massificação do turismo” na Espanha, cujo território continua batendo recordes de visitantes, com 94 milhões em 2024, o equivalente a +10% em relação ao ano anterior.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística local, de janeiro a abril deste ano, as cidades espanholas receberam quase 25,6 milhões de turistas internacionais, com um aumento de 7,1% em relação ao mesmo período de 2024.
Em Palma de Maiorca, apesar do alerta meteorológico de temperaturas de até 39 graus, cerca de 8 mil pessoas marcharam em uma procissão convocada pela plataforma “Menys Turisme Mes Vida” (Menos turismo, mais vida), conforme divulgado pela polícia nacional.
O grupo considera insuficientes as medidas adotadas até agora pela administração regional e estadual para limitar o fluxo descontrolado de turistas e passageiros de cruzeiros, que está afastando moradores e trabalhadores devido aos altos aluguéis e ao custo de vida.
“Estamos aqui para frear o turismo que se tornou insustentável e não pararemos até que as licenças para aluguéis turísticos de curta duração, que expulsaram os habitantes da ilha, sejam revogadas”, declarou Jaume Pujol, porta-voz da plataforma, citado pela mídia local, incluindo “El País” e “La Vanguardia”.
San Sebastián, cidade do País Basco, no norte da península, também viu centenas de pessoas se manifestarem contra a “emergência habitacional” causada pela proliferação de apartamentos turísticos, gritando “Donostia não está à venda” e “casa é um direito, não um negócio”.
Embora o turismo represente 13,9% do PIB turístico da cidade, 82% dos moradores o consideram “excessivo”, segundo pesquisas da administração local. (ANSA).