ISLAMABAD, 5 NOV (ANSA) – A polícia de Punjab, no Paquistão, prendeu cerca de 1100 pessoas suspeitas de ferir policiais e danificar propriedades públicas e privadas durante os últimos três dias de protestos contra a absolvição da cristã Asia Bibi, que havia sido sentenciada à pena de morte em 2010 por blasfêmia. A informação foi revelada nesta segunda-feira (5) pelo ministério do Interior local nas redes sociais. Desde a última sexta-feira (2), os manifestantes, ligados aos partidos islâmicos mais radicais, bloquearam estradas e incendiaram veículos em todo o país. Os protestos só foram encerrados depois que o governo proibiu Asia de deixar o Paquistão até a Suprema Corte se pronunciar sobre o recurso apresentado pela acusação.
Asia Bibi foi absolvida no último dia 31 de outubro, após ter sido condenada à morte em 2010, acusada de insultar o profeta Maomé por se declarar cristã e recusar se converter ao Islã.
Em 2014, ela havia perdido um recurso apresentado à Alta Corte de Lahore, na província de Punjab. No entanto, no ano seguinte, O Supremo suspendeu sua pena de morte para reexaminar o caso.
A absolvição foi aplaudida em todo o mundo, principalmente por organizações de Direitos Humanos, mas gerou diversos protestos pelo país. Ontem(4), o marido de Asia, Ashiq Masih, chegou a pedir refúgio para sua família nos Estados Unidos, Reino Unido ou Canadá.
“Peço ao presidente Donald Trump para nos ajudar. Peço também à primeira-ministra britânica [Theresa May] para que faça o possível para nos ajudar”, declarou em uma mensagem de vídeo.
Masih também pediu “ajuda” para o premier canadense, Justin Trudeau. (ANSA)