Ao menos mil pessoas participaram de um violento protesto contra Donald Trump nesta sexta-feira, diante de um hotel na região de São Francisco, que terminou com cinco detidos, informou a polícia.

Para evitar uma multidão furiosa, Trump decidiu entrar pela porta dos fundos do hotel de Burlingame, onde fez um discurso.

“Não foi uma entrada fácil (…). Foi como cruzar a fronteira” entre Estados Unidos e México, disse Trump ao começar seu discurso no hotel.

Os manifestantes – muitos latinos com bandeiras do México – enfrentaram a polícia para ter acesso ao hotel, constatou a AFP no local.

Vários manifestantes subiram na fachada do hotel e tentaram quebrar janelas para entrar no prédio.

A polícia agiu para impedir o avanço dos manifestantes, que empurraram os agentes e lançaram ovos.

Os manifestantes também atacaram os jornalistas que cobriam o protesto para evitar que fossem fotografados.

“Ocorreram cinco detenções por resistência às forças da ordem”, disse à AFP um porta-voz da polícia de Burlingame.

A multidão gritava “Fuck Donald Trump” (Foda-se Donald Trump) e carregava vários cartazes com a frase “O medo e o ódio não são presidenciáveis”.

Um partidário de Trump que enfrentou a multidão esteve a ponto de ser linchado, mas foi socorrido a tempo pela polícia.

A presença de Trump na Califórnia já havia provocado um violento protesto na noite de quinta-feira em Costa Mesa, uma pequena localidade situada ao sul de Los Angeles, onde 17 pessoas foram detidas.

Trump, que lidera a corrida pela indicação republicana às eleições presidenciais de novembro próximo nos Estados Unidos, está na Califórnia, o estado com mais latinos do país e que realiza primárias em junho.

O magnata defende a expulsão de 11 milhões de imigrantes ilegais nos Estados Unidos e a construção de um muro separando os dois países.

“A comunidade está farta de ser denegrida, desonrada e atacada”, disse à AFP o porta-voz da Coalizão pelos Direitos Humanos dos Imigrantes em Los Angeles (CHIRLA, em inglês).

“Mas nossa reação deve ser pacifica, como sempre fizemos, e traduzida nas urnas”.

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