Ao menos mil pessoas participaram de um violento protesto contra Donald Trump nesta sexta-feira, na região de São Francisco, horas depois de outra manifestação contra o pré-candidato republicano provocar 17 detenções ao sul de Los Angeles.

Para evitar uma multidão furiosa, Trump decidiu entrar pela porta dos fundos do hotel de Burlingame onde fez um discurso.

“Não foi uma entrada fácil (…). Foi como cruzar a fronteira” entre Estados Unidos e México, disse Trump ao começar seu discurso no hotel.

Os manifestantes – muitos latinos com bandeiras do México – enfrentaram a polícia para ter acesso ao hotel, constatou a AFP no local.

Vários manifestantes subiram na fachada do hotel e tentaram quebrar janelas para entrar no prédio.

A polícia agiu para impedir o avanço dos manifestantes, que empurraram os agentes e lançaram ovos.

Os manifestantes também atacaram os jornalistas que cobriam o protesto para evitar que fossem fotografados.

A multidão gritava “Fuck Donald Trump” (Foda-se Donald Trump) e carregava vários cartazes com a frase “O medo e o ódio não são presidenciáveis”.

Um partidário de Trump que enfrentou a multidão esteve a ponto de ser linchado, mas foi socorrido a tempo pela polícia.

A presença de Trump na Califórnia já havia provocado um violento protesto na noite de quinta-feira em Costa Mesa, uma pequena localidade situada ao sul de Los Angeles, onde 17 pessoas foram detidas.

Trump, que lidera a corrida pela indicação republicana às eleições presidenciais de novembro próximo nos Estados Unidos, está na Califórnia, o estado com mais latinos do país e que realiza primárias em junho.

O magnata defende a expulsão de 11 milhões de imigrantes ilegais nos Estados Unidos e a construção de um muro separando os dois países.

“A comunidade está farta de ser denegrida, desonrada e atacada”, disse à AFP o porta-voz da Coalizão pelos Direitos Humanos dos Imigrantes em Los Angeles (CHIRLA, em inglês).

“Mas nossa reação deve ser pacifica, como sempre fizemos, e traduzida nas urnas”.

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