ROMA, 18 OUT (ANSA) – Mais de 500 mil pessoas participam nesta sexta-feira (18) de um protesto no centro de Barcelona contra a condenação de 12 políticos da Catalunha por seu envolvimento no plebiscito separatista de outubro de 2017.

Segundo o jornal catalão La Vanguardia, a polícia municipal de Barcelona estima em pelo menos 525 mil o número de manifestantes. O ato reúne pessoas de diversas cidades da Catalunha, que vive um dia de greve geral por causa da sentença.

Dezenas de voos foram cancelados no aeroporto internacional de El Prat, nos arredores de Barcelona, e o centro da capital catalã foi totalmente bloqueado pelos manifestantes. A Basílica da Sagrada Família, atração turística mais famosa da cidade, suspendeu as visitas por causa da greve.

Além disso, a onda de manifestações fez a Real Federação Espanhola de Futebol adiar um clássico entre Barcelona e Real Madrid marcado para 26 de outubro. A manifestação desta sexta já registra diversos episódios de confronto com a polícia, barricadas, veículos queimados e vitrines destruídas.

“Assistimos nesta semana a episódios de violência por parte de grupos minoritários, mas bem organizados. Suas ações não ficarão impunes”, prometeu o ministro do Interior da Espanha, Fernando Grande-Marlaska.

Já o premier Pedro Sánchez afirmou que os independentistas precisam entender que “a sociedade catalã está dividida”. “Eles têm maioria parlamentar, mas não na sociedade”, disse.

Condenações – Na última segunda-feira (14), o Tribunal Supremo da Espanha condenou 12 líderes separatistas a penas que vão de pagamento de multa até 13 anos de prisão. A sentença se deve ao plebiscito de outubro de 2017, que culminou em uma declaração unilateral de independência considerada ilegal por Madri.

A corte considerou os 12 políticos culpados dos crimes de sedição, apropriação indébita e desobediência. A pena mais alta foi dada ao ex-vice-presidente da região Oriol Junqueras.

Desde o fim do julgamento, as principais cidades da Catalunha se tornaram palcos de protestos em defesa da liberdade dos líderes presos, e o atual presidente da região, Quim Torra, prometeu realizar um novo plebiscito em até dois anos.

Ele pertence ao mesmo grupo político de Carles Puigdemont, o líder separatista que só não foi preso e condenado por estar em exílio na Bélgica. O Tribunal Supremo da Espanha emitiu um novo mandado de captura internacional contra Puigdemont, que chegou a se entregar nesta sexta às autoridades belgas, mas acabou liberado. (ANSA)