Manifestantes encheram de lama a escadaria de acesso à sede da mineradora Vale, em Botafogo (zona sul do Rio), durante protesto realizado na tarde desta segunda-feira, 28. A calçada em frente à empresa foi pintada com frases como “Vale assassina” e “não foi acidente”. A mineradora é responsável pela barragem que ruiu na última sexta-feira, 25, em Brumadinho e até a noite desta segunda-feira havia deixado 65 mortos e 279 desaparecidos.

Cerca de 50 pessoas participaram do protesto, que também teve performances, discursos e exibição de cartazes com cobranças à Vale e ao governo. Não houve confrontos. Seguranças da Vale acompanharam o ato, mas não interferiram. Quatro policiais militares também estiveram presentes, mas não precisaram agir.

Os manifestantes integram diferentes grupos de defesa da cidadania e dos direitos humanos, e se mobilizaram por meio das redes sociais. Eles concederam entrevistas sem se identificar completamente, por temerem retaliações.

“Também participei de protestos depois da tragédia em Mariana, em 2015 (quando outra barragem de uma subsidiária da Vale ruiu e matou 19 pessoas), mas na época não houve uma mobilização significativa da sociedade para cobrar punições. Talvez por isso, até hoje ninguém foi devidamente responsabilizado. Espero que desta vez seja diferente. O número de mortos é muito maior, isso deve causar maior comoção”, afirmou a professora Ana, de 32 anos.


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