Dezenas de manifestantes protestaram nesta sexta-feira em Hong Kong depois que um dos vendedores de livros “desaparecidos” da ex-colônia britânica revelou como foi detido e interrogado durante meses na China por ter comercializado obras críticas a Pequim.

As revelações foram feitas por Lam Wing-kee, um dos cinco livreiros de Hong Kong que desapareceram no fim de 2015, um caso que provocou grande comoção na ex-colônia britânica, que foi reintegrada à China em 1997.

Lam, que está em liberdade sob fiança, explicou em uma entrevista coletiva como foi detido quando viajava para o continente e foi interrogado durante meses, sem acesso a um advogado ou a sua família.

Quarenta manifestantes do partido pró-democracia Demosisto se reuniram diante do Escritório de Representação do governo da China em Hong Kong.

“Defender as liberdades dos cidaãos de Hong Kong”, gritaram os manifestantes.

Os livreiros desaparecidos trabalhavam para a Mighty Current, editora conhecida por suas obras críticas sobre a China e a vida privada de autoridades políticas chinesas.

Os desaparecimentos foram duramente criticados pela comunidade internacional.

Eles apareceram na China continental, onde pelo menos quatro deles, incluindo Lam, estavam sendo investigados por introduzir obras proibidas na China.

Lam deveria retornar à China na quinta-feira, mas decidiu permanecer em Hong Kong para explicar sua história.

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