Ao menos 20 cidades do interior de São Paulo registraram protestos contra o governo do presidente Jair Bolsonaro neste sábado, 2. As manifestações tiveram mais público do que os protestos de 12 de setembro. A tônica dos atos, organizados por partidos de esquerda, entidades estudantis e movimentos sociais, foi em defesa da democracia e críticas à política econômica do atual governo. Os grupos pediram a saída de Bolsonaro, do seu vice, Hamilton Mourão, e do ministro da Economia, Paulo Guedes. Não houve incidentes graves.

Em Campinas, os manifestantes lotaram o Largo do Rosário e depois saíram em passeata pelas ruas do centro, até o Largo do Pará. Ao lado de bandeiras vermelhas da Central Única dos Trabalhadores (CUT), havia bandeiras do Brasil e faixas na cor azul de movimentos estudantis. Cartazes e faixas pediam o “impeachment já” e até a saída do ministro da Economia, Paulo Guedes. A Polícia Militar acompanhou o ato, mas não calculou o número pessoas presentes.

Em Sorocaba, os manifestantes se reuniram na Praça Coronel Fernando Prestes, no centro, e fizeram uma caminhada pelas ruas centrais. Cartazes estampavam “fora Bolsonaro e Mourão” e pediam “comida no prato”. Os manifestantes, em maior número que os atos de setembro, ocuparam toda a extensão das ruas durante a passeata e o trânsito ficou prejudicado.

O protesto em Ribeirão Preto causou congestionamento no trânsito e houve princípio de confusão entre motoristas e manifestantes. Policiais militares e guardas municipais agiram para acalmar os ânimos. Os grupos caminharam pelo centro até a frente do Theatro Pedro II, com faixas e cartazes pedindo “fora Bolsonaro”. Em Franca, os manifestantes usaram instrumentos de percussão para chamar a atenção dos moradores. Em São Carlos, o ato contra Bolsonaro reuniu pessoas no Largo do Mercadão.

Um carro de som e baterias de escola de samba puxaram o protesto contra o presidente da República em Santos. A professora Paula Albuquerque, do Sindicato dos Professores Municipais, disse que o ato era contra a falta de ação do governo na pandemia do coronavírus e o “desastre” na economia. Após a manifestação, os grupos seguiram em ônibus para engrossar o movimento na Avenida Paulista, na capital.

Durante o ato em Bauru, um grupo interditou a rodovia estadual que liga a cidade a Marília. Policiais rodoviários negociaram a liberação da pista. O protesto durou cerca de uma hora. Em Araraquara, os manifestantes estenderam uma grande faixa no asfalto pedindo a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Houve ato também em Jaboticabal e Rio Claro.

Integrantes do PCdoB levaram bandeiras com a foice e o martelo à manifestação contra Bolsonaro em Piracicaba. O grupo em marcha ocupou mais de 500 m da rua Armando Salles, no centro. Moradores de comunidades carentes pediram por moradia e comida. Em Tatuí, os manifestantes levaram bandeiras verde e amarela e cartazes pedindo a saída do presidente e do seu vice, além de críticas à política econômica. Em Jundiaí, houve arrecadação de alimentos durante o protesto.