Um dos símbolos da retomada do protagonismo do Palmeiras nos últimos anos, Fernando Prass jogará contra ex-time pela primeira vez desde que deixou o clube em 2019. Será o primeiro jogo do experiente goleiro, agora no Ceará, no gramado do Allianz Parque como adversário da equipe alviverde. O duelo está marcado para este sábado, às 19h, pela 13ª rodada do Brasileirão.

Fernando Prass é o segundo jogador que mais defendeu o Palmeiras no estádio, com 86 partidas. O veterano tem mais partidas na arena palmeirense do que toda a soma dos outros quatro goleiros que defenderam a equipe no local. Só Dudu, emprestado ao Al-Duhail, do Catar entrou em campo mais vezes do que o arqueiro, com 127 aparições.

Weverton, atual titular e que faz neste sábado sua última partida antes de se apresentar à seleção brasileiras para os compromissos pelas Eliminatórias Sul-Americanas, atuou no Allianz Parque 48 vezes. Jailson vem na sequência, com 33, enquanto Fábio e Vagner têm um jogo cada. Juntos, eles somam 83 partidas, três a menos do que Prass.

Autor do gol do primeiro título do Palmeiras no estádio, o da Copa do Brasil, na final vencida contra o Santos, o goleiro colecionou bons momentos e, ao lado de Dudu, virou ídolo da torcida palmeirense e figura importante para que o time voltasse a disputar títulos. Em sete temporadas, ele disputou 274 partidas e ganhou três troféus. Além da Copa do Brasil, também foi campeão brasileiro em 2016 e 2018.

PROBLEMAS COM MATTOS E SAÍDA CONTURBADA – Prass não deixou o clube da forma que planejava. O goleiro nunca teve uma boa relação com o ex-diretor de futebol Alexandre Mattos, o principal responsável pela saída do jogador. Tudo começou quando o veterano descobriu que o dirigente, ao renovar o contrato dele e de Jailson por um ano, deu um a mais para o atual camisa 42.

Já estava definido que Prass seria dispensado ao final da temporada de 2019, mas ele só foi comunicado oficial sobre a decisão no fim do ano. Soube só depois que Jailson havia ganhado dois anos de contrato. Para ocultar o acordo e evitar repercussão negativa, foi registrado apenas um ano no BID da CBF.

Com a saída Mattos, cogitou-se a possibilidade de o goleiro ficar por mais uma temporada. No entanto, a decisão já estava tomada e o presidente Mauricio Galiotte preferiu manter o plano. O elenco atual conta com Weverton, Jailson e o jovem Vinicius Silvestre.

Muitos jogadores e funcionários do departamento de futebol se chatearam com a dispensa de Prass, querido por quase todos e visto no grupo como um líder. Ele aconselhava outros atletas, especialmente os mais jovens, e tinha uma postura questionadora. Sempre que não concordava com algo, fazia questão de expor suas opiniões. A postura firme e combativa incomodava Mattos e os dois chegaram a trocar farpas publicamente neste ano.

O dirigente, hoje no Atlético-MG, afirmou em entrevista ao Fox Sports que foi correto com o jogador, que, segundo ele, tinha um dos maiores salários do elenco, e também disse que fez o que achou melhor na ocasião. O experiente arqueiro, de 42 anos, rebateu as declarações, reclamou de ter ficado mais de dois anos “escondido”, sem poder dar entrevistas coletivas, e afirmou que faltou transparência e franqueza por parte do diretor no processo em que culminou com o fim de seu ciclo no clube.

“A minha saída do Palmeiras eu acho que ia acontecer naturalmente. Eu só fiquei chateado com o modo que o Alexandre conduziu, porque ele poderia ser mais direto comigo. Não digo que o Alexandre fez a minha saída do Palmeiras, até porque o presidente está acima dele, mas o que se criou com essa situação do pré-contrato e da omissão de algumas coisas pelo Alexandre que me deixou desapontado”, ressaltou o goleiro, que, antes de saber da decisão da diretoria, sempre tinha manifestado o desejo de permanecer e chegou até em falar em se aposentar no Palmeiras.