O promotor de Justiça Militar Cláudio Henrique Bastos Giannini apresentou na segunda-feira, 4, denúncia contra 53 policiais militares por crimes como constituição de organização criminosa e ligados ao tráfico de entorpecentes. Os denunciados foram alvos da Operação Ubirajara, deflagrada em dezembro de 2018 para desbaratar um esquema de corrupção que havia sido estruturado por parte dos integrantes do 22º Batalhão da PM no Jardim Marajoara, bairro da zona sul de São Paulo.

As informações foram divulgadas pelo Ministério Público Estadual de São Paulo.

Segundo o MP, “os policiais denunciados praticavam delitos para favorecer a organização criminosa conhecida como Primeiro Comando da Capital, permitindo a realização de tráfico de drogas no território abrangido por aquele batalhão”. “Os agentes de segurança passaram a integrar o PCC, praticando diversos ilícitos, como concussão, corrupção passiva, falsidade ideológica, violação de sigilo funcional, além do crime de associação ao tráfico de drogas”.

O Ministério Público ainda afirma que as “investigações começaram com o recebimento de um relato anônimo que deu detalhes sobre como os policiais militares envolvidos no esquema apreenderam grande quantidade de drogas e passaram a negociar com um traficante local, exigindo dinheiro para evitar a prisão em flagrante e apontar uma adolescente como responsável pelo crime”.

De acordo com a Promotoria, “interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça revelaram que não se tratava de um caso isolado, e sim que diversos integrantes da corporação, todos lotados no 22º Batalhão, estavam envolvidos”.

“O papel dos policiais militares dentro da organização criminosa também era claro, não reprimir a prática do delito de tráfico, bem como facilitá-lo, não passando de viatura policial próximo aos pontos de venda, informando acerca de alguma operação policial pelo local e até mesmo alterando a verdade em documentos públicos para que não ocorresse apreensão de droga ou a prisão dos traficantes”, anota o promotor na denúncia.

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A Promotoria afirma que “alguns pagamentos eram feitos de acordo com a graduação do policial militar, outros por equipe e outros ainda de acordo com o interesse momentâneo do PCC e dos Pms”. “O pagamento era feito pessoalmente ao corrupto ou por interposta pessoa, quando apenas um da equipe fazia contato com o traficante negociando a propina de todos os demais policiais”.


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