A Promotoria da Flórida, nos Estados Unidos, concluiu que não houve crime em relação ao vídeo em que a diretora da Escola Primária Central, Melissa Carter, aparece batendo em uma menina, de 6 anos, com um pedaço de madeira, em 13 de abril. As informações são do jornal Fox News.

As imagens foram gravadas secretamente pela mãe da menina que acusou a diretora e a funcionária da escola Cecilia Self de agressão e abuso infantil. No vídeo, a diretora da escola pede para que a criança se desculpe, melhore seu comportamento e trate melhor sua mãe.

“Após a revisão da totalidade das provas e da lei, não parece que nenhum crime foi cometido pela Sra. Carter neste caso”, informou na sexta-feira (7) o gabinete da procuradora Amira D. Fox. Os investigadores do caso também chegaram a uma conclusão semelhante. A punição corporal ainda é legal em alguns condados da Flórida.

De acordo com um memorando assinado pelo subprocurador-geral adjunto Abraham R. Thornburg, antes que as funcionárias da escola punissem a menina, elas ligaram para a mãe dela, Fabiola Rivera, para explicar o incidente. A menina teria quebrado um computador da escola.

Na ligação, a mãe teria dito à Cecilia que a criança também estava quebrando coisas em casa. Fabiola teria afirmado ainda que tinha medo de bater na filha, já que a criança ameaçou chamar a polícia e o Departamento de Crianças e Famílias da Flórida.

Ainda conforme o documento da procuradoria, a mãe teria perguntado a funcionária se a escola poderia bater na criança para ela. “A Sra. Self respondeu que a mãe teria que ir fisicamente à escola, solicitar especificamente tal disciplina e estar presente durante a surra se desejasse que os funcionários da escola fizessem isso por ela”, diz o memorando.

“De acordo com a Sra. Carter e a Sra. Self, a Sra. Rivera então chegou à escola e fez esse pedido.” Em seguida, a mãe ficou sentada gravando secretamente a cena enquanto Carter batia em sua filha.

Mãe consentiu com as agressões

“Em nenhum momento durante o vídeo do incidente a Sra. Rivera levantou qualquer objeção ao que está acontecendo, por palavra ou ato de qualquer forma, corroborando ainda mais os relatos da Sra. Self e da Sra. Carter”, diz a procuradoria.

“Perto da conclusão do vídeo, quando a Sra. Rivera está saindo do escritório, ela pode ser ouvida claramente dizendo ‘obrigada’ à Sra. Carter e à Sra. Self.”

O subprocurador-geral adjunto concluiu que trechos editados do vídeo foram liberados para a mídia local que “resultou em um relato incompleto e enganoso do incidente”. A Procuradoria da Flórida disse ainda que a diretora não fez nada de criminoso e concluiu que a mãe “sancionou e consentiu” com o espancamento.

“Um pai tem o direito de usar castigos corporais para disciplinar seus filhos”, escreveu Thornburg, “e da mesma forma tem o direito de consentir que outros o façam em seu nome”.

O advogado da mulher, Brent Probinksy, disse à NBC 2 que sua cliente não tem documentos e teme ser deportada. Inicialmente, Fabiola contou aos policiais que, por sua primeira língua ser o espanhol, ela ficou confusa, sem entender o que estava acontecendo. A Procuradoria não fez comentários ou recomendações sobre um possível caso civil ou possíveis acusações contra a mãe da criança.