Promotores federais dos Estados Unidos revelaram nesta terça-feira (5) que apresentarão evidências que comprovam que Donald Trump estava determinado a permanecer no poder “a qualquer custo”, durante o julgamento do ex-presidente por conspirar para reverter o resultado das eleições de 2020.

O escritório do procurador especial, Jack Smith, afirmou em um documento que Trump tem histórico de “semear desconfiança” nos resultados eleitorais e que repetidamente se recusou a se comprometer com uma transição pacífica de poder em caso de derrota para o democrata Joe Biden.

“O governo apresentará provas dessa recusa como uma evidência intrínseca das conspirações do acusado, pois refletem seu plano de permanecer no poder a qualquer custo, mesmo em momentos de violência potencial”, disseram os promotores.

Trump foi indiciado em agosto por tentar reverter os resultados das eleições de novembro de 2020 que Biden venceu, em um esforço coordenado que resultou na invasão violenta do Capitólio pelos apoiadores do magnata republicano em 6 de janeiro de 2021.

O ex-presidente, duplamente indiciado, também é acusado de privar os eleitores americanos de seu direito ao proclamar falsamente a vitória nas eleições.

A juíza Tanya Chutkan marcou o início do julgamento para 4 de março de 2024, o que interferirá na campanha de Trump para ganhar a indicação presidencial republicana.

Entre os comentários que os promotores consideram como evidência está uma publicação no X, então Twitter, de novembro de 2012, no qual Trump faz “alegações falsas” sobre as máquinas de votação beneficiando o democrata Barack Obama e prejudicando o republicano Mitt Romney.

Na campanha presidencial de 2016, quando enfrentou a democrata Hillary Clinton, Trump também “alegou repetidamente e sem evidências que houve uma enorme fraude eleitoral”, afirmaram os promotores.

Também vincularam ainda mais Trump ao caos de 6 de janeiro no Capitólio, ao considerar que “o acusado apoiou aberta e orgulhosamente os indivíduos que participaram da obstrução à certificação da vitória de Biden naquele dia”.

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