O promotor equatoriano César Suárez, assassinado em Guayaquil, pediu informações sobre Inda Peñarrieta, esposa do narcotraficante foragido Adolfo Macías, conhecido como Fito, a pedido do governo argentino, que expulsou na sexta-feira vários familiares do chefe criminoso, noticiaram, no fim de semana, veículos de imprensa de Argentina e Equador.

O jornal argentino Clarín reportou, neste domingo (21), que o promotor equatoriano falou na quarta-feira com a ministra da Segurança do país, Patricia Bullrich, e enviou-lhe uma cópia de um memorando dirigido à Promotoria provincial de Manabí (oeste), no qual pedia um informe sobre a situação judicial de Peñarrieta.

A esposa e três filhos de Fito, foragido recentemente de um presídio em Guayaquil, chegaram ao Equador na sexta-feira, após serem detidos e expulsos da Argentina.

Uma suposta cópia deste memorando circulou nas redes sociais após o assassinato de Suárez.

A Procuradoria equatoriana, consultada pela AFP sobre o suposto vazamento do documento, não se pronunciou a respeito.

O MP tampouco informou sobre a situação jurídica de Peñarrieta no Equador, depois que veículos de comunicação equatorianos asseguraram, no fim de semana, que a mulher foi posta em liberdade após voltar ao Equador.

No portal do Conselho do Judiciário, não há processos penais recentes contra ela.

O conteúdo deste memorando foi mencionado pelo ex-ministro do Interior do Equador durante o governo de Rafael Correa (2007-2017), José Serrano.

Na quarta-feira, ele escreveu em sua conta no X: “Acabo de ser informado que o Promotor Suárez fez um requerimento urgente, via e-mail institucional, para que se faça chegar informação sobre expedientes judiciais ou investigações existentes contra a esposa do codinome Fito”.

Nesse mesmo dia, a Procuradoria anunciou a abertura de uma investigação contra o ex-ministro por suposta “difusão de informação reservada” em sua publicação.

Em coletiva de imprensa na sexta-feira, o ministro do Interior argentino, Guillermo Francos, assegurou que “o promotor que era encarregado de investigar a viagem da mulher de Fito para a Argentina com sua família foi assassinado há poucos dias. Quando o encarregaram da investigação, o assassinaram”.

Cerca de 20 organizações criminosas semeiam o terror no Equador e impõem seu poder de dentro das prisões, em represália às políticas de linha dura do governo para enfrentar a investida do narcotráfico.

A espetacular invasão de homens armados ao canal TC, em plena transmissão ao vivo, em 9 de janeiro, chocou o país e levou o presidente Daniel Noboa a declarar um “conflito armado interno” no país e ordenar uma luta sem trégua contra quadrilhas de traficantes, as quais qualificou de “terroristas”.

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