O promotor do estado mexicano de Morelos (centro), Uriel Carmona, acusado de encobrir um feminicídio e de torturar um suposto criminoso, foi libertado nesta sexta-feira (22), devido à imunidade conferida por seu cargo, informou o tribunal responsável pelo caso.

Carmona havia sido detido em 4 de agosto, por suspeita de obstruir a Justiça no processo relacionado à morte de Ariadna López, 27 anos, cujo corpo foi encontrado na noite de 31 de outubro de 2022 em uma estrada de Morelos. O caso chocou o país, após um vídeo de uma câmera de vigilância mostrar um homem carregando Ariadna, aparentemente sem vida, em um estacionamento na Cidade do México.

Por unanimidade, o Tribunal Unitário em Matéria Penal determinou que o promotor enfrente as acusações em liberdade, disse o juiz Juan Pablo Bonifaz durante uma audiência pública.

Carmona alega que, segundo a necropsia, a jovem, que residia na capital, morreu devido a uma “intoxicação alcoólica grave e subsequente broncoaspiração”. No entanto, a pedido da família de Ariadna, o gabinete do promotor da capital realizou uma segunda autópsia, que apontou que a causa da morte foi “um trauma múltiplo classificado como mortal”.

Carmona, que resistiu a renunciar enquanto esteve preso, também é acusado de torturar Luis Alberto Ibarra, um suposto criminoso, para que ele se autoincriminasse em homicídios, conforme relatado pela imprensa mexicana.

Além da violência relacionada ao crime organizado que assola o México desde 2006, o país enfrenta uma onda de feminicídios. De janeiro a junho, 1.516 mulheres foram assassinadas, e 500 desses casos são investigados como feminicídio, de acordo com dados do governo.

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